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Comoção

Acusado de matar cinco pessoas em creche de Saudades fica em silêncio durante interrogatório

Sessão desta quarta terminou por volta das 21h. Julgamento retorna às 9h desta quinta

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

O primeiro dia de julgamento do acusado de invadir a creche Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, realizado nesta quarta-feira (09), foi marcado por comoção e pelo silêncio do réu. Na presença de familiares, amigos e colegas das duas professores e três crianças mortas, o réu ouviu em silêncio o testemunho de três vítimas, três testemunhas de acusação e três testemunhas de defesa. O julgamento é aberto ao público e está sendo realizado no Fórum de Pinhalzinho, cidade próxima de Saudades.

Para finalizar o primeiro dia foi realizado o interrogatório do réu. Com início por volta das 21h, o acusado exerceu o direito de permanecer em silêncio em seu interrogatório. Ele inclusive tentou se negar a responder as perguntas iniciais feitas pelo juiz. As indagações eram o nome, profissão e se já respondeu por outro crime. O julgamento retornará nesta quinta-feira (10), às 9h.

Na sessão desta quinta, a acusação, composta pelos promotores de justiça Bruno Poerchke, Douglas Dellazari, Fabrício Nunes e Júlio André, com assistência do advogado Luiz Geraldo Gomes dos Santos, iniciará o debate. Em seguida, a defesa do acusado, realizada pelo advogado Demetryus Eugenio Grapiglia, realizará sua argumentação. Cada equipe terá direito a uma hora e meia de explanação.

O agressor foi denunciado por 19 crimes de homicídio entre consumados e tentados.

Primeiro dia de julgamento

Durante a manhã três vítimas e uma testemunha prestaram depoimento no fórum. Durante a oitiva da testemunha, o primeiro bombeiro a chegar na cena do crime e responsável por atender o acusado no local, foi marcado por uma breve discussão entre membros do Ministério Público e da defesa do réu. O questionamento sobre a posição do corpo de uma das vítimas foi o motivo.

Em determinado momento do testemunho, quando foram relatados detalhes do crime e da situação em que as vítimas ficaram, familiares de uma das profissionais se emocionaram e precisaram ser amparado por colegas. As armas do crime também foram expostas a fim de que questionamentos fossem respondidos. Segundo a testemunha, minutos após cometer o crime, o acusado mesmo machucado e caído no chão da creche teria afirmado que queria ter matado mais pessoas. Ele também não teria demonstrado arrependimento.

“Durante o atendimento ele chamou as armas de amiga e pediu para cuidarmos delas. Ele ainda afirmou ‘teu filho é o próximo’ para os bombeiros”, relembrou a testemunha.

No período da tarde, defesa e acusação focaram em abordar questões ligadas a sanidade mental e problemas psicológicos do réu. Em alguns momentos aconteceram discussões entre o advogado do acusado e os promotores de justiça.

O crime

Na manhã de 4 de maio de 2021, o réu, na época com 18 anos, invadiu com uma arma branca a creche na cidade de Saudades. Dentro da unidade e com uma adaga que havia comprado pela internet, o acusado matou duas professoras e três bebês, identificados como: 

  • Murilo Massing, 1 ano e 9 meses
  • Sarah Luiza Mahle Sehn, 1 ano e 7 meses
  • Anna Bela Fernandes de Barros, 1 ano e 8 meses.
Foto: Reprodução / Redes Sociais
  • Mirla Renner, de 20 anos 
  • Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos
Mirla Renner e Keli Adriane Anieceviski. Fotos: Reprodução Redes Sociais

Ele ainda tentou matar outras 14 pessoas, entre educadoras, funcionárias e crianças. Uma criança, de menos de anos, foi socorrida e encaminhada em estado grave ao hospital. Após o ataque ele ainda tentou tirar a própria vida e foi detido por populares e entregue às autoridades.

Depois de passar dias internados, o acusado prestou depoimento à polícia e confessou ter cometido o crime. O réu foi descrito como uma pessoa introspectiva, de poucos amigos, e antes de ter cometido os assassinatos teria afirmado para a família, ao comprar duas armas, que iria utilizá-las para maltratar o animal de estimação da irmã.

Na época do crime, o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, responsável pelo caso, descreveu o acusado como um “jovem problemático” .

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