Brasileiros protestam contra xenofobia na Universidade de Lisboa
Estudantes denunciam serem vítimas de preconceito por outros alunos e até por professores portugueses
• Atualizado
Estudantes brasileiros realizaram, na terça-feira (16), uma manifestação contra a xenofobia na Universidade de Lisboa, em Portugal. Os alunos denunciam serem vítimas de preconceito por parte de outros alunos e até por professores portugueses.
Atualmente, 1.200 brasileiros estudam na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e correspondem a 70% dos alunos dos cursos de mestrado e doutorado. Apesar de compor a maioria na sala de aula, eles não escapam dos ataques xenofóbicos.
Há oito meses em Portugal, a brasileira Maria Helena Leal conta ter sido alvo de preconceito já no primeiro dia de aula. O ataque veio de um dos principais professores do mestrado em Direito.
“Ele ainda fez questão de dizer que os alunos que viessem de qualquer faculdade que fosse do Espírito Santo em direção ao Norte do país, que esses alunos, assim como eu que sou da Bahia, não teriam condição de assistir suas aulas, não teriam preparação acadêmica suficiente para isso”, lembra a estudante.
O ataque mais recente a um aluno brasileiro foi o estopim para a realização do protesto em frente à instituição. Segundo os manifestantes, a agressão teria partido de um aluno português do curso de graduação em Direito, durante uma assembleia geral de estudantes.
O português teria criticado o fato de universitários brasileiros terem entregue uma carta de reivindicações ao presidente Lula, no mês passado, e reiterado um ataque de xenofobia contra brasileiros, que ocorreu em 2019 na universidade.
Na época, uma caixa com pedras foi colocada na entrada da faculdade. O cartaz anunciava que elas seriam doadas se fossem usadas para atacar em “zucas” – o diminutivo de “brazuca”, uma forma pejorativa de chamar os brasileiros em Portugal.
“Disse que a impressão que passava naquela carta é de que nós, brasileiros, estávamos a dizer: Lula, Portugal é um país péssimo, mas nós somos tão burros, que continuamos a vir para cá. Isso gerou muita revolta dos alunos brasileiros”, afirma o estudante Carlos Diego.
A universidade recebeu, até agora, três representações contra o aluno, uma delas foi feita por um grupo de estudantes portugueses. “Não passarão atos de xenofobia e atos de discriminação. E nós, estudantes portugueses, estaremos cá para defender os nossos alunos, sejam eles portugueses, sejam eles brasileiros, sejam eles de qualquer outra nacionalidade”, destaca o estudante Vitor Andrade.
Assista a reportagem
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.
Leia Mais
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO