Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Melissa Amaral

Será que a comunidade LGBTQIAP+ tem mesmo o que comemorar?

Nesta quarta-feira é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIAP+

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Foto: Caixa de Assistência dos Advogados
do Estado do Rio de Janeiro | Divulgação
Foto: Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro | Divulgação

No dia 28 de junho é comemorado o dia do Orgulho LGBTQIAP+. A data foi instituída com a finalidade de dar visibilidade para a causa, com intuito de acabar definitivamente com a discriminação, preconceito e violência contra as pessoas LGBTQIAP+.

No dia 28 de junho de 1969, em um bar de NYC chamado Stonewall Inn, houve uma batida policial com uso de força desproporcional e a comunidade LGBTQIAP+, cansada da violência contra seus pares, a partir dali iniciou diversas manifestações contra a violência e discriminação. A Rebelião de Stonewall, como é chamada, foi um momento decisivo para o movimento LGBTQIAP+.

Mas porque comemorar esse dia é importante e necessário? É muito importante termos marcos para dar visibilidade aos problemas da nossa sociedade. Precisamos falar sobre o preconceito e a violência contra as pessoas LGBTQIAP+ que, segundo estimativas extraoficiais, correspondem a cerca de 10% da população brasileira, sim, são mais de 20 MILHÕES DE LGBTQIAP+. E você sabia que mais de 320 pessoas LGBTQIAP+ morreram no Brasil em 2021 por causas violentas?

Li hoje uma pesquisa da Opinion Box (2022) que revela números bem preocupantes. Os entrevistados foram cerca de duas mil pessoas entre Hetero-Cisgênero e LGBTQIAP+.

-Liberdade de ser e expressar quem são:

Entre pessoas LGBTQIAP+, 18% dizem que a família não sabe das suas orientação sexual e/ou identidade de gênero e dessas 46% não pretende contar a família, ainda 21% não tem certeza se vai contar ou não.

-Violência contra LGBTQIAP+:

Mais de 60% não anda de mãos dadas e/ou evitam lugares com medo de serem agredidos. 51% dessas pessoas já sofreram agressão verbal, 27% sofreram violência física, e 31% violência sexual.

Sobre essa questão vale lembrar que em 2019 o STF criminalizou a Homofobia reconhecendo, assim, a prática da conduta contra pessoas LGBT+ como crime de racismo, até que o Congresso Nacional elabore legislação específica sobre o tema. A partir de então, quem ofender ou discriminar pessoas LGBTQIAP+ está sujeito a punição de um a três anos de prisão, sendo crime inafiançável e imprescritível.

Mas a pesquisa também traz alento para a causa:

Para mais de 60% de todas as pessoas entrevistadas, nos últimos 5 anos, a comunidade LGBTQIAP+ vem sendo mais representada publicamente nas novelas, quase 70% acreditam que isso acontece também nos filmes, a maioria acredita que isso acontece também nos programas de humor, nos reality shows, na música, nos comerciais e nos programas de auditório. O menor número aparece em dois lugares bem importantes e que podem influenciar a causa: no jornalismo e na política, onde a maioria das pessoas LGBTQIAP+ acreditam que não mudou muito nos últimos 5 anos.

Mas o dado que mais chama a atenção e que quando vi fiquei feliz, é que, 64% dos entrevistados acreditam que é mais fácil ou muito mais fácil ser LGBTQIA+ hoje.

Sabemos que mudar e melhorar questões que estão na estrutura da nossa sociedade como o racismo, machismo, homofobia, etc. Leva muito tempo e são mudanças lentas e difíceis.  Ainda temos muito o que caminhar, mas acredito que estamos indo pelo caminho “certo”, ou pelo menos estamos evoluindo nessa questão tão delicada e profunda que mexe com a liberdade, a felicidade e a integridade física de tantas pessoas.

Quer saber o que significam a sigla e entender algumas das palavras? No meu instagram fiz um post bem informativo, vai lá: @melissaamaral8.

Quer ler mais sobre a pesquisa da Opinion Box? Acessa o link.

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