Maria Ester

Jornalista, apresentadora do SBT Meio-dia e especialista em Gestão de Comunicação.


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Precisamos falar sobre Educação Digital

Conscientização e debate diminuem os efeitos negativos da internet.

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Redes sociais mais acessadas por crianças e adolescentes. Imagem ilustrativa | Foto: Freepik / Banco de Imagens.
Redes sociais mais acessadas por crianças e adolescentes. Imagem ilustrativa | Foto: Freepik / Banco de Imagens.

É difícil, hoje em dia, conhecer uma criança que não domine os smartphones e jogos eletrônicos, ou um adolescente totalmente alheio às redes sociais e mundo virtual. Este é o contexto atual da sociedade e, por isso, ensinar sobre educação digital se tornou tão necessário quanto aprender matemática e português.

Segundo o especialista Raphael Rocha Lopes, são a conscientização e o debate que irão reduzir os efeitos negativos que a internet pode causar quando usada de forma irresponsável e sem os devidos limites. Advogado e professor com foco no direito digital, Lopes salienta que diversos estudos estão apontando uma crescente relação entre as redes sociais e o suicídio de jovens e adolescentes, ao ponto, em alguns países, o assunto estar sendo discutido sob a perspectiva da saúde pública. Conforme o profissional, outro fator que leva a estas conclusões é o aumento dos índices de depressão na faixa dos 14 aos 21 anos, de 2009 a 2017.

“Coincidência ou não, os smartphones surgiram em 2007 e os aplicativos de redes sociais para estes aparelhos, a partir de então, multiplicaram-se exponencialmente”, comenta. 

Assédio virtual, cyberbullying, cyberstalking, ameaças, vazamento de fotos íntimas, uso inapropriado e prolongado, distorção da realidade e superexposição são apenas algumas das situações que crianças e jovens estão sujeitos na internet, tanto no papel de vítima como no de autor da violência. “Por esses motivos, a conversa dos pais com os filhos, apresentando responsabilidades e consequências, é crucial. Todos saem perdendo com atitudes impensadas ou vingativas. Às vezes, os traumas são para uma vida inteira”, destaca Lopes.

O especialista também acredita que o diálogo familiar pode eliminar preocupações exageradas.

“Em casos de desafios irresponsáveis que surgem nas redes sociais, por exemplo, é provável que os filhos saibam mais e há muito mais tempo do assunto do que os pais. Talvez eles tenham plena consciência de que é uma brincadeira estúpida ou não conheçam ninguém que tenha feito ou que tenha interesse em fazer. E os pais só saberão disso se conversarem com seus filhos”, observa.

Outra dica do profissional é limitar o uso de tecnologias de acordo com a faixa etária e incentivar a prática de atividades ao ar livre. Além disso, os pais devem supervisionar o conteúdo que está sendo acessado e mostrar como o uso saudável da internet pode ser benéfico para o aprendizado e comunicação. Lopes ainda faz uma análise entre o mundo físico e virtual, alertando que, a mesma preocupação que a família tem com as amizades e lugares que a criança e adolescente frequenta na vida real, deve existir com o universo digital. “Os riscos são semelhantes e exigem cuidado, orientação e acompanhamento”, pontua.


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