Santa Catarina precisa qualificar 800 mil trabalhadores para a indústria até 2025

Walmor Mauro Steilen Jr decidiu seguir carreira profissional na indústria. Focado e determinado, o jovem  de 18 anos não desperdiçou a primeira chance que apareceu. Ele se forma este ano em eletromecânica. principalmente porque soube ouvir os conselhos do pai e hoje aconselha os mais jovens.

“Você tem que focar naquilo que quer. Você pensa eu quero tal coisa. Mas é realmente isso que você quer? É isso que você quer todos os dias? Se for isso, vai em frente que o sucesso vem”, destaca Walmor. Assim como o jovem, Lara começou a escrever sua história em 2021. E agora, após cinco semestres de dedicação, está prestes a se formar no curso técnico de eletrônica.

“Foram vários os motivos que me fizeram ingressar na Indústria. A Weg por ter uma cultura de valorização e de oportunidades desperta nos jovens a oportunidade de crescimento e de aperfeiçoamento de novas habilidades. Foi isso que me atraiu e atrai tantos jovens, não só da cidade, mas também do Brasil inteiro”, diz a jovem.

Walmor e Lara estudam no CENTROWEG, escola de formação profissional, que ensina, prepara e qualifica jovens aprendizes para atuação na indústria. Lá são oferecidos 13 cursos técnicos e, por ano, 600 estudantes são formados e encaminhados para o mercado de trabalho. Em média dois processos seletivos por ano são realizados e está cada vez mais concorrido conseguir uma vaga na escola.  No último processo seletivo, por exemplo, a média foi de nove candidatos por vaga.

Gislei Regina Koerich Cabral, gerente de Desenvolvimento do RH da Weg e responsável pelo CENTROWEG, explica que o processo seletivo possui várias fases de avaliação: “Em uma das fases a gente avalia o currículo escolar dele e assim que o aluno passa no processo seletivo através do nosso recrutamento interno, temos as ambientações. Então não é só a parte teórica. Temos também a parte prática. E está bem competitivo: 9×1”

A WEG, de Jaraguá do Sul, criou a escola na década de 60, e hoje é uma referência nacional na formação técnica para atuação da indústria. A gigante brasileira voltada para eficiência energética também mostra que é eficiente quando o assunto é educação profissional.

Qualificação profissional para a indústria

Enquanto os estudantes aprendem, recebem uma remuneração que pode chegar a um salário mínimo, dependendo do curso escolhido e da carga horária. Oportunidade de ouro que pode fazer a diferenças na vida dos alunos, que sonham em alcançar uma carreira de sucesso na indústria. Foi exatamente o que aconteceu com o Norival Maske, ex-aluno, hoje ele é professor do curso de eletroeletrônica.

Quem um dia aprendeu, hoje ensina novos jovens a trilharem o mesmo caminho. A trajetória vitoriosa é inspiradora para os alunos. Com 24 anos de carteira assinada na Weg, foi na empresa que ele se formou e é lá que ele segue até hoje. Tudo que conquistou e adquiriu foi com muito suor e esforço e porque soube agarrar a oportunidade que a indústria ofereceu.

“O que eu aprendi nos três anos de curso na época é o que me baseio para repassar para eles. Para mim foi isso que fez a diferença na minha vida. Tudo que eu conquistei foi graças ao que aprendi lá no começo, na base inicial”, destaca o profissional.

Por lá, os talentos em formação aprendem desde cedo  que podem fazer a diferença em um setor onde mão de obra qualificada tem espaço garantido. Nesse sentido, Santa Catarina precisa qualificar 800 mil trabalhadores para a indústria até 2025. A projeção aponta que, desse total, cerca de 650 mil já têm uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas devem se atualizar; outros 150 mil precisarão de formação inicial 

O gerente de educação profissional do Senai, Rômulo de Azevedo, chama a atenção para a necessidade da qualificação profissional: “Então se o jovem não se capacitar hoje, as vagas que ele irá concorrer não serão as de destaque com maior remuneração, além disso vivemos hoje em um estado com uma das menores taxas de desemprego, então a formação e o nível técnico de excelência são fundamentais para as melhores posições no mercado de trabalho”.

Inúmeras oportunidades

Além do CENTROWEG, hoje existem inúmeras oportunidades que o jovem catarinense pode aproveitar para se qualificar e garantir um lugar no mercado industrial. Um dos caminhos principais é a aprendizagem industrial através dos cursos do Senai. São pelo menos 15 mil jovens aprendizes no estado, que, além da formação técnica, são colaboradores de indústrias e recebem um salário através da lei do jovem aprendiz e estudam ao mesmo tempo.

E nesta batalha por um futuro melhor, não se pode perder tempo. As oportunidades estão aí para todos. E elas, as jovens adolescentes, já conquistaram 50% das vagas nos cursos oferecidos no CENTROWEG. A presença feminina, cada vez maior, vai construir uma indústria catarinense ainda mais forte no futuro.

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