PGR pede autorização ao STF para investigar ministro da Educação
Milton Ribeiro é suspeito de favorecer repasses de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores
• Atualizado
O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abrir inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para investigar o caso de um suposto favorecimento de repasses de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores próximos do governo federal.
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O pedido vem após a divulgação de um áudio em que o ministro sugere que uma das prioridades da pasta é atender “todos os que são amigos” do pastor Gilmar dos Santos, líder do Ministério Cristo para Todos — vertente da igreja evangélica da Assembleia de Deus. A decisão, segundo o suposto áudio, atende a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, na segunda-feira (21), e obtida em uma gravação feita durante reunião do Ministério da Educação com prefeitos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, além de lideranças do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam, e em segundo, atender a todos que são amigos do pastor Gilmar” disse. Em outro momento, Ribeiro afirma: “Foi um pedido especial do presidente da República”.
A reportagem do jornal foi publicada após outro veículo, o Estado de S.Paulo, divulgar reportagem que apontava influência de evangélicos na gestão da Educação. Na tarde desta terça-feira (22), o ministro divulgou nota defendendo não ter relação com o direcionamento orçamentário do MEC. Milton Ribeiro também disse que Bolsonaro não fez pedidos de favorecimento.
Após a divulgação dos áudios, parlamentares da oposição recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro. Deputados da bancada evangélica também passaram a pressionar o governo pela demissão de Milton Ribeiro.
Em nota, Ribeiro negou o favorecimento e isentou Bolsonaro, dizendo que ele “solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”.
Ouça o áudio a seguir:
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