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Governo do Estado

Quem é Carlos Moisés da Silva e a sua carreira política em Santa Catarina

Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, ele foi eleito com 71% dos votos em 2018

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Reprodução, Instagram
Foto: Reprodução, Instagram

Sem longa carreira na política, Carlos Moisés da Silva, coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, foi escolhido em agosto de 2018 para ser o representante do PSL nas eleições para o Governo do Estado, este que à época era o partido do atual presidente da república, Jair Bolsonaro.

Ainda inexperiente, o candidato apareceu na televisão pela primeira vez em um debate no SBT, a primeira emissora do estado a realizar o confronto entre os candidatos ao governo naquele ano. Foi assim que o comandante Moisés deixou pra trás políticos com mais estrada, e no dia 7 de outubro de 2018 conquistou mais de 1 milhão de votos, chegando ao segundo turno das eleições, onde enfrentou Gelson Merísio, que teve quase 1 milhão e duzentos mil votos.

A disputa para o segundo turno teve uma reviravolta. Fortalecido pela onda do 17, no dia 28 de outubro, Carlos Moisés venceu a eleição com 71% da aprovação dos catarinenses.

No dia primeiro de janeiro de 2019, Carlos Moisés da Silva assumiu o Governo do Estado e, na posse, pelo menos um quarto dos representantes do legislativo não compareceu à cerimônia.

No âmbito econômico a situação era complexa. Carlos Moisés assumiu o estado com uma dívida de mais de 1 bilhão de reais. Era preciso colocar em prática o discurso de campanha: enxugar a máquina pública e cortar gastos.

A reforma administrativa desarticulou as 20 agências de desenvolvimento regional de Santa Catarina. Mais de dois mil cargos comissionados e de confiança foram cortados, o número de secretarias caiu de 16 para 10. O governador vendeu aeronaves, retomou prédios públicos, reavaliou os contratos antigos, revisou impostos de vários segmentos e fechou o ano de 2019 com superávit de 160 milhões de reais, segundo dados da Secretaria da Fazenda.

O ano de 2020 chegou e com ele a pandemia do novo coronavírus. Santa Catarina foi o primeiro Estado a decretar bloqueio de diversas atividades e as ações para combater a covid-19 foram imediatas, mas vieram acompanhadas de escândalos.

Dispensado de licitações, o Estado passou a fazer aquisições emergenciais, o que deu origem à polêmica compra dos 200 respiradores por R$33 milhões pagos antecipadamente, além da possibilidade de instalação de um hospital de campanha no valor de R$76 milhões. O que poderia ser a solução emergencial para uma crise na Saúde, virou caso de polícia.

Valores superfaturados, falta de licitação e atraso na entrega dos equipamentos chamaram a atenção dos adversários políticos, do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público e das Polícia Civil e Federal. A partir de então, o Governo começou a esfacelar.

O então chefe da Casa Civil, Douglas Borba, considerado o pivô do escândalo, foi o primeiro a deixar o cargo e ser preso. O então secretário da Saúde, Helton Zeferino, foi indiciado pela CPI dos respiradores e foi exonerado do cargo. Outro nome forte do Governo, Lucas Esmeraldino, secretário de Desenvolvimento e Turismo, trocou a função por um cargo em Brasília, com isso a base do Governo do Estado ficou acabada. Numa tentativa de reaproximação com Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o empresário Amândio João da Silva Junior assumiu a chefia da Casa Civil, ficou no cargo por 45 dias, e também foi exonerado por envolvimento no caso dos respiradores.

Em 30 de setembro a Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram mandados de busca e apreensão na Cada d’Agronômica, residência oficial do Governador. Na ação, relacionada às investigações sobre a compra dos respiradores, foram apreendidos um celular e um computador de uso pessoal de Carlos Moisés.

Além de gerenciar uma pandemia e administrar Santa Catarina, o governador enfrenta ainda dois processos de impeachment, do total de oito protocolados contra ele. Desses, quatro foram arquivados, dois estão em análise e outros dois estão em andamento. Um deles se encaminha para a Comissão Especial Mista e o outro está em fase de conclusão, que pode mudar o destino do atual governo a partir desta sexta-feira (23).

O julgamento que será feito a partir das 09h, no plenário da Alesc, trata do primeiro pedido de impeachment, baseado na equiparação salarial dos Procuradores do Estado. Carlos Moisés e a vice-governadora Daniela Reinehr são acusados de crime de responsabilidade por terem autorizado o aumento de salário sem que tivesse um Projeto de Lei aprovado pela Assembleia Legislativa.

Além da falta de diálogo com os Deputados Estaduais, a ruptura com o Presidente da República e a tensa relação com a vice-governadora foram fatos que marcam o governo Moisés. Dos 11 nomes de confiança do governador em 2019, apenas sete permanecem no Governo.

https://youtu.be/IZ7UJ5-Y5Mk

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