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Gatos Anônimos

Projeto de Florianópolis resgata, cuida e procura lares responsáveis para gatos

Projeto Gatos Anônimos já retirou mais de três mil animais das ruas

• Atualizado

Vitória Hasckel

Por Vitória Hasckel

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Nove anos separam o dia em que Ligia Vieceli encontrou uma ninhada de gatos abandonada e o momento atual, onde já atuou no resgate de mais de três mil felinos das ruas de Florianópolis. Em 2013, inconformada e sem conseguir ignorar os animais desabrigados que via pelo bairro João Paulo, onde morava, a jovem e a amiga Camila recolheram os primeiros gatinhos e pediram ajuda em uma página no Facebook. Receberam prontamente o apoio da protetora Dani.

Projeto Gatos Anônimos
Lígia e um dos gatinhos resgatados. Foto: Arquivo Pessoal

Camila, Dani e Lígia começaram então a recolher cada vez mais gatos. Ao longo dos nove anos, outras protetoras, amigos e até desconhecidos se uniram na mesma missão. Nascia então o Projeto Gatos Anônimos. “Nós três começamos a pegar muitos gatos. Começou a crescer muito e vimos que precisávamos nos organizar, precisamos de um nome e uma estrutura de trabalho, com regras. E a página começou a crescer, crescer e crescer”, explica Ligia.

Atualmente, o Gatos Anônimos possui 35 gatos esperando por uma adoção responsável. Distribuídos em dez lares de apoio, os animais recebem alimentação de qualidade, remédios prescritos por veterinários e, em caso de necessidade, tratamento especializado. Após estarem saudáveis, os animais passam pela castração e então estão prontos para ganharem um lar definitivo. Lígia e os voluntários, que são lares temporários, recolhem os animais da rua, tratam, castram e doam para pessoas comprometidas a cuidarem com zelo, amor e responsabilidade.

A regra número um do projeto é a realização da castração. “A conversa com quem está interessado em adotar só inicia quando a gente fala de castração, uma vez que nenhum gato sai da Gatos Anônimos sem ser castrado”, diz a protetora, que explica que a castração é a melhor forma de realizar o controle populacional de cães e gatos. Sendo um aliado na hora de evitar ninhadas indesejadas e consequentemente o abandono.

“O sonho da proteção animal é a gente chegar num momento em que não precise mais resgatar gatos, que a gente seja uma página de informação”, contextualiza Lígia, que recebe diariamente solicitações para auxiliar no resgate de mais animais abandonados em Florianópolis.

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Adoção Resposável

Luiza Werner conheceu o projeto quando adotou seu segundo gato, há três anos, com a Lígia. Nos nove anos do Gatos Anônimos, o Leonardo foi um dos gatos mais disputados, tendo mais de 80 interessados em se tornarem lar definitivo do felino. Para selecionar o tutor do gatinho, Lígia entrevistou inúmeros candidatos, protocolo do Projeto para selecionar pessoas que cuidarão de maneira responsável dos amiguinhos de quatro patas. Questões relacionadas à estrutura psicológica e financeira da família, assim como se o local onde o animal irá morar é seguro e está preparado para acolhe-lo são avaliados na escolha do tutor.

A expectativa de vida de um gato domiciliado, que não sai de casa, é de aproximadamente 15 anos, enquanto aqueles que vivem pelas ruas, sem uma família humana, tem uma expectativa em torno de três anos, de acordo com o site Pet Love. E é justamente contra isso que o Projeto vêm atuando: retirar os animais da rua e dar a oportunidade dos gatos viveram o máximo de uma vida digna.

“Uma adoção responsável inclui um adotante que vai fazer o melhor que pode pelo seu gato. Quando uma pessoa tem um gato, ela precisa entender que ela é responsável por tudo daquele animal. Se ele viver bem, ela é responsável. Se ele morrer, a morte desse animal é uma responsabilidade dela também. O tutor precisa assumir completamente o gato. Na saúde, na doença, na alegria e na tristeza. É um casamento”, afirma Lígia.

Da adoção ao voluntariado

Na vez de Leonardo, após inúmeras entrevistas, Luiza foi a escolhida. “Um tempo depois de adotar o Leonardo eu estava tentada a adotar meu terceiro gatinho. Acompanhando o perfil do Gato Anônimos e vi que eles precisavam de lar temporário. Aí eu pensei: por que não? Vamos ser lar temporário porque eu vou ficar com vários gatinhos filhotes aproveito eles e e depois eles vão pra casinha definitiva e eu não fico com essa de ser tutora e ao mesmo tempo eu tenho uma responsabilidade de manter mais um bichinho vivo”, conta Luiza.

“Eu realmente sou apaixonada por toda história do projeto, por tudo que vem se construindo, por poder fazer parte disso e eu sempre falo que é uma forma de mudar o mundo. Penso que ‘se uma vida respirar melhor porque você viveu… Isso é ter sucesso'”, afirma a voluntária.

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Animais tem uma segunda chance

Carol passou a atuar como lar de apoio e hoje fica responsável por acolher e cuidar de filhotes. “Eu sempre fui apaixonada por animais, e vê-los na rua, desamparados sempre me deixou muito triste, porém a gente sempre pensa que é difícil fazer algo, como ajudar se a grana é curta e o espaço pequeno? [Acolher ninhadas] acabou sendo a maneira que eu encontrei de contribuir”, afirma Carol.

Para a apaixonada por gatos, ser lar temporário é uma experiência única e ter os animais recolhidos das ruas em casa se tornou divertido. “Eles brincam muito, fazem bastante bagunça, mas também são carinhosos e companheiros, é quase uma terapia depois de um dia cansativo. Acolhemos gatos de todos os tipos: abandonados, machucados, com medo de chegar perto por conta dos maus tratos já vividos e até ferais. Ver esses animais tendo uma segunda chance, sendo recebidos em casas cheias de amor para terem vidas incríveis é muito gratificante”, complementa emocionada Carol.

Como ajudar

Pode ser amor a primeira foto, ou um sentimento que surge aos poucos, mas não tem como olhar para os lindos gatinhos prontos para serem adotados e não ir se apaixonando. Brancos, pretos, cinzas, tricolores, filhotes, ou até aquelas que já foram mamães.

Se você está disposto a dar amor, cuidado e ser responsável na criação do seu novo companheiro pode entrar em contato diretamente no Instagram do Projeto e conversar com a Lígia. Pelos stories poderá conhecer as fofuras que estão a espera de um lar. Uma entrevista será marcada para avaliar se está apto para a adoção e caso você seja escolhido como novo tutor de um amiguinho, apenas o valor da castração será cobrado.

Mas caso você queira ajudar doando ração seca, sachê e areia, os gatos resgatados irão amar! Para realizar doações é só entrar em contato com a protetora, também pelo Instagram, e combinar a melhor forma de entrega.

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