Justiça declara greve em Florianópolis ilegal e impõe multa ao sindicato
Decisão judicial aponta irregularidades na paralisação e determina retorno imediato dos servidores; prefeitura defende reforma da previdência
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A greve dos servidores da Prefeitura de Florianópolis, iniciada na quarta-feira (12) contra a reforma da previdência, foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A decisão do desembargador Luiz Fernando Boller foi assinada na noite de quinta-feira (13) e estabelece uma multa de R$ 200 mil por dia ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (SINTRASEM), caso a paralisação continue.
Decisão judicial e penalidades
Segundo a decisão, a greve é ilegal porque o sindicato não notificou previamente os usuários dos serviços afetados e descumpriu acordos judiciais anteriores, além de não ter buscado mediação antes da paralisação. O desembargador determinou o restabelecimento imediato dos serviços e destacou que a greve fere a Lei n. 7.783/1989, que regulamenta as greves no serviço público.
Motivos da greve e reivindicações dos servidores
Os servidores municipais entraram em greve por tempo indeterminado em oposição à reforma da previdência proposta pela prefeitura. Segundo o SINTRASEM, a proposta aumenta o tempo de serviço e de contribuição, extingue a aposentadoria especial e impõe novas taxas para aposentados.
Além da questão previdenciária, os trabalhadores também exigem o cumprimento de um acordo firmado no ano passado, que previa a contratação de efetivos nas áreas da educação e da saúde. Outros pontos de discordância incluem cortes de verbas na educação e o não pagamento do piso salarial integral para os profissionais do magistério, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE).
Posicionamento da prefeitura
Em nota oficial, a Prefeitura de Florianópolis criticou a paralisação, alegando que a greve foi deflagrada antes mesmo do início das discussões sobre a reforma na Câmara Municipal. “O que estamos propondo é uma adequação similar à que já foi feita pelo Governo Federal e pelo Estado de Santa Catarina”, afirmou Topázio Neto.
No entanto, o sindicato e os servidores alegam que a prefeitura não tem investido adequadamente no serviço público e que a reforma é prejudicial aos trabalhadores.
Próximos passos
Com a decisão judicial, a expectativa é que a prefeitura tome medidas para garantir o retorno imediato dos servidores ao trabalho. Caso o sindicato não cumpra a determinação, estará sujeito à multa de R$ 200 mil por dia.
Enquanto isso, a discussão sobre a reforma da previdência segue na Câmara Municipal, com forte mobilização de ambos os lados. Servidores prometem continuar pressionando contra a proposta, enquanto a prefeitura defende que a reforma é essencial para o equilíbrio financeiro do município.
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