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Combate

“Cartão vermelho para o racismo”: campanha combate preconceito no futebol em SC

O Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, aderiu à campanha "Cartão vermelho para o racismo", lançada nesta segunda-feira (10)

• Atualizado

Redação

Por Redação

Fotos: Cristiano Andujar/MPSC
Fotos: Cristiano Andujar/MPSC

Para combater um dos problemas mais graves no contexto social brasileiro – o racismo – no futebol catarinense, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, aderiu à campanha “Cartão vermelho para o racismo: o respeito é dentro e fora do campo”.

A campanha foi lançada nesta segunda-feira (10) no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em Florianópolis. Além do MPSC, a iniciativa idealizada pela OAB/SC conta com a parceria da Federação Catarinense de Futebol, da Prefeitura e do Rotary Club de Florianópolis, da Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (SC Clubes) e do Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado de Santa Catarina.

O titular da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, Promotor de Justiça Jádel da Silva Junior, explica que a campanha “Cartão vermelho para o racismo” integra uma série de outras ações que vêm sendo promovidas nos últimos anos, com a participação de instituições do Poder Judiciário, da segurança pública, assistência social, saúde e educação, para o enfrentamento do racismo em Santa Catarina. O diferencial desta campanha, segundo ele, é o direcionamento ao segmento social extremamente importante que é o futebol.

“A partir dessa grande união de forças, a ideia é desenvolvermos cursos pedagógicos e ações educativas e de conscientização por meio de cartazes e cartilhas, entre outras frentes, direcionados às pessoas diretamente envolvidas no futebol. Isso inclui os próprios dirigentes de futebol, a Federação, os jogadores de futebol, os árbitros, as torcidas organizadas, os torcedores e todas as pessoas que, de alguma forma, consomem o futebol. Também é uma forma de construirmos mecanismos de prevenção e repressão ao racismo em Santa Catarina”, afirma.

Silva Junior destaca, ainda, que foi assinado um protocolo prévio de cooperação conjunta que dará início à campanha e, em breve, será desenvolvido um termo de cooperação técnica que vai identificar e detalhar diversas ações a serem implementadas, abrangendo os públicos de eventos profissionais e amadores ligados ao futebol, não só em 2024, mas de forma permanente.

Representando o Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e de Intolerância (NECRIM), a Coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do MPSC, Promotora de Justiça Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting, reconhece que práticas antirracistas como esta são fundamentais para se avançar no combate desta temática. Por isso, enalteceu a atuação da 40ª Promotoria de Justiça da Capital e das demais instituições parceiras.

A presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SC, Márcia Lamego, revela que a campanha é uma reedição de um projeto realizado em anos anteriores. Segundo ela, no início do ano a comissão da OAB/SC discutiu a ideia de retomar a proposta e criou um grupo de trabalho com as instituições parceiras. Um novo projeto foi desenvolvido e ganhou a aprovação da presidente da OAB de Santa Catarina, Cláudia Prudêncio.

“O projeto também vai levar a campanha aos campos e estádios de futebol por meio de faixas e letreiros que ficam passando durante as partidas. Está prevista, ainda, uma aproximação com as equipes e jogadores de futebol por meio de palestras e outras atividades que busquem instruir essas pessoas sobre o racismo”, acrescenta.

Para o Secretário-Geral da Federação Catarinense de Futebol, Cláudio dos Santos Gomes, trata-se de um dia extremamente importante para o futebol catarinense. Gomes entende que a visibilidade e a popularidade do futebol o transformam naturalmente num meio de inclusão social e os casos de racismo nesse nicho assumem grandes proporções. Por isso, o futebol representa um agente importante de conscientização na luta contra o racismo.

“Nós também somos investidores nessa ideia, porque um dos pilares desse projeto são as palestras e o processo educacional que vamos direcionar aos atletas e dirigentes do ecossistema do futebol, bem como aos nossos consumidores internos, que são os clubes. Vale destacar que já fizemos no ano passado o lançamento da nossa cartilha antirracismo e percebemos que já avançamos em alguns quesitos, não só em relação ao racismo, mas também à homofobia”.

Representando o Prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, a Secretária Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Zena Becker, relata que a prefeitura tem trabalhado todas as questões de discriminação e apoia integralmente o projeto.

“Hoje é um dia triste, se considerarmos que a esta altura ainda estamos aqui combatendo o racismo e tantos outros tipos lamentáveis de preconceito enraizados em nossa sociedade. Mas também é um dia feliz, quando vemos tantas pessoas e instituições unidas para combater essas práticas. O que a gente quer é que todos tenham as mesmas oportunidades, que sejamos todos iguais, sem influência de religião, cor, sexo e idade. Essa inclusão se faz com respeito”.

Por fim, a presidente do Rotary Club de Florianópolis, Sônia Lamego, lamentou que muitas pessoas ainda achem que falar de racismo é reclamar. “Racismo não é reclamar. Ele acontece todos os dias em nossas vidas. Ele está no olhar, nas pequenas ações, na resistência em nos aceitar”. Ela encerrou sua participação citando o líder sul-africano Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.

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