Por falta de senhas, Moraes mantém investigação contra Hang
Caso se refere a um grupo de WahtsApp que reunia empresários bolsonaristas
• Atualizado
Mesmo que tenha determinado o arquivamento de investigação contra seis empresários por conversas em aplicativo que a Polícia Federal considerava suspeita e com potencial, justamente por falta de justa causa, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve as diligências contra o empresário catarinense Luciano Hang. O motivo: Moraes afirmou que Hang recusou-se a ceder as senhas dos celulares apreendidos, por isso prorrogou o prazo “inclusive com a análise da quebra do sigilo bancário e dos dados contidos nos telefones celulares do investigado”.
O fato ocorreu há um ano, no final de agosto, e a investigação foi solicitada pela Polícia Federal, que via na troca de mensagens de oito empresários “em razão de conversas em aplicativo sobre um suposto golpe de Estado”. Hang sempre negou, ao refirmar que era ativista e não tinha interesse neste desfecho, mas a proximidade com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) foi decisivas para a decisão de Moraes.
A prorrogação em relação a Hang de mais 60 dias, idêntico prazo dado à PF contra o também empresário Meyer Joseph Nigri, também é mantida para apurar um possível vínculo com Bolsonaro, segundo a investigação.
PF desenvolveu a tese de golpe
O centro da operação era uma suposta troca de mensagens entre os empresários, em que eles combinariam um golpe de Estado caso o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencesse as eleições. Foi a PF que pediu a prorrogação das investigações agora.
O nome do grupo no WhatsApp era “Empresários & Política”, e, de acordo com a PF, no ano de 2021, há evidências de uma possível visita de Bolsonaro à residência de Nigri, ano da criação do formato de mensagens. A ação provocou diversas reações na direção de que retirava o caráter de privacidade.
Hang ainda não se manifestou sobre a decisão de Moraes.
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