Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Direto de Copacabana

Bolsonaro cita Jorginho em ato no Rio e dispara: “Não vão me chamar de ladrão”

Evento foi chamado pelo pastor Silas Malafaia em defesa do Estado Democrático de Direito

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Reprodução/Youtube
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No discurso de cerca de 40 minutos, com direito à trilha sonora, que fez neste domingo (21), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) citou duas vezes Santa Catarina: a primeira sobre o governador Jorginho Mello (PL), presente ao evento, ao qual chamou de combatente e disse que, como senador, apresentou “grandes projetos pelo emprego”; e a segunda, ao se referir a uma pessoa “de 20 e poucos anos de idade”, em recente visita ao Estado, ouviu da jovem que ela acabara de ser condenada a 15 anos de cadeia, por ter participado dos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Bolsonaro chamou o fato de falta de humanidade, dentro do que tem falado outras vezes, de “filhos de pais órfãos”, ao citar as pessoas detidas pelos atos de 8 de janeiro, e acrescentou que deveria haver anistia para aqueles que estavam com a bandeira do Brasil ou uma bíblia debaixo do braço, mas ponderou “porque alguns erraram ao invadir e depredar o patrimônio (das sedes dos poderes), como se fossem terroristas e golpistas”. Bolsonaro, ex-ministros e militares são investigados por suposta tentativa de golpe de Estado.

O discurso do ex-presidente, no ato mais uma vez organizado pelo pastor evangélico Silas Malafaia, que reuniu milhares no Rio de Janeiro, oscilou entre comparações do governo dele com o de Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa da liberdade de expressão, em ataques a decisões do ministro Alexandre de Moraes, sem citar sequer uma vez o nome do magistrado do Supremo Tribunal Federal.

“Podem ter um presidente mais competente do que eu, mas duvido que encontre alguém com o coro mais grosso do que o meu. Eu escolhi um lado, o do povo brasileiro, não dos engravatados e do poder”, declarou Bolsonaro, e emendou:

“Podem me chamar de tosco, de grosso, mas não vão me chamar de ladrão”.

JAIR BOLSONARO
Milhares se concentraram entre os postos 4 e 5, em Copacabana. Reprodução/Youtube

Para o ex-presidente, “esquema começa a ser desnudado”

O ex-presidente falou que “o esquema que começa a ser desnudado, não quer só me jogar em uma cadeia por aí, ao sistema nos interessa fora de combate em definitivo” E emendou “temos duas coisas: a maioria do povo brasileiro, o nosso bom Deus. Plantamos sementes na política, o outro lado não tem ninguém”. Bolsonaro declarou várias vezes, durante a manifestação, de que o adversário (Lula), que não citou o nome, não possui apoio popular, enquanto ele corre o país e é bem recebido em todas as regiões.

Bolsonaro também desafiou a mostrarem a minuta do golpe. “Alguém já viu, a imprensa viu!”, disse. Depois lembrou que ele não poderia decretar Estado de Sítio sem uma exposição de motivo, que precisava da aprovação do Congresso, um socorro na Constituição.

Enquanto o ex-presidente pediu “Justiça com, J maiúsculo”, e garantiu que prega a volta à normalidade, ao afirmar que “não está duvidando das eleições”, mas quer uma disputa sem qualquer suspeição, os que o antecederam no palco montado em um dos trios elétricos, instalados entre os postos 4 e 5, não pouparam críticas à imprensa e ao ministro Alexandre de Moraes. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto (que foi vaiado ao citar o senador Romário, do PL, do Rio de Janeiro); a ex-primeira-dama, Michelle; os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano; a cubana nacionalizada brasileira Zoe Martínez; e os deputados federais do PL Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer, que falou parte do discurso em inglês e pediu para o mundo olhar o que estava acontecendo no Brasil.

Uma vaquinha foi organizada para financiar os gastos com o ato. Articulada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a iniciativa levantou R$ 125 mil. Ao todo, 25 parlamentares doaram R$ 5 mil, cada um, para custear o aluguel dos trios elétricos e outras despesas. Os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello estiveram no palanque. O mais elogiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (São Paulo), não estava presente.

No final, o locutor do evento puxou o coro: “Volta Bolsonaro!”

Jorginho esteve com Bolsonaro antes e durante o evento

O governador Jorginho Mello esteve com Jair Bolsonaro antes e durante o evento, no Rio de Janeiro, Nas redes sociais, publicou vídeos e afirmou que estava “com o nosso capitão”. Com ele, também estava o senador Jorge Seif (PL) e a deputada federal Caroline de Toni, entre outros.

Vídeo: Redes Sociais

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