Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Melissa Amaral

Que “armas” podemos usar para enfrentar a violência contra a mulher?

A resposta é muito complexa e cheia de vieses, e talvez nem mesmo as vítimas saberiam responder, mas, com base em estudos e pesquisas, vou tentar simplificar.

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Imagem Ilustrativa | Foto: Freepik
Imagem Ilustrativa | Foto: Freepik

Em 2021 já aconteceram vários feminicídios em Santa Catarina. Em Lages, por exemplo, dois ocorreram com intervalo de 15 dias. Jovens mortas por seus ex-companheiros que não aceitavam o fim do relacionamento. 

Eu, por acaso estava em Lages no dia do segundo feminicídio, a morte de Ana Julia, jovem de 19 anos que estava grávida, e pude sentir a comoção da cidade. O que mais me chamou atenção, no entanto, foram dois fatores: o primeiro é que muita gente culpava ou difamava a menina assassinada, como se qualquer comportamento dela fosse motivo para morrer. O outro ponto foi que as pessoas perguntavam a respeito dos dois crimes: Por que elas não denunciaram nos primeiros sinais de agressão, ou violência? Por que depois de sofrerem agressões continuaram convivendo por bastante tempo com o seu futuro algoz?

A resposta é muito complexa e cheia de vieses, e talvez nem mesmo as vítimas saberiam responder, mas, com base em estudos e pesquisas, vou tentar simplificar. 

As mulheres que sofrem qualquer tipo de violência, seja ela psicológica, física, financeira, entre outras, têm uma dificuldade de se libertar do relacionamento. Os obstáculos que enfrentam são medo, baixa autoestima, reprodução de trauma familiar, dependência financeira, etc. Essas mulheres não conseguem enxergar uma vida fora daquele mundo de violência e dor. Continuar aguentando essa situação muitas vezes é a alternativa que elas têm para poder comer, vestir, morar, sustentar os filhos. 

Mas, como sair desse círculo de violência?

Cabe a três figuras distintas ajudar a mulher a vencer a violência.

  • ESTADO: desenvolver ações afirmativas, fortalecer a proteção a dignidade e a integridade física da mulher.
  • SOCIEDADE: Acolher e amparar as vítimas sem julgamento, fomentar a equidade de gênero nas organizações.
  • MULHER: Investir no autoconhecimento, perceber pontos fortes e fracos, se capacitar e se empoderar. 

A utilização dessas “armas” pode diminuir a ocorrência da violência contra a mulher. Constata-se que com a divulgação de canais de denúncia como o Ligue 180 e Disque 100 a frequência desse tipo de crime diminuiu. As campanhas feitas por diversas entidades como a OAB, Assembleia Legislativa, entre outras, levam informação às mulheres. E o advento da internet universalizando o acesso à informação e a capacitação ajuda para que as mulheres tenham coragem de não somente denunciar, mas lutar pela sua vida enfrentando difíceis obstáculos para finalmente ganhar a guerra contra a violência. 


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