Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Agora é no Senado

Empresários voltam à carga para aprovar taxação das compras internacionais até US$ 50

Na Câmara, tributação ficou em 20%

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Jonas Pereira/Agência Senado

Fonte: Agência Senado
Jonas Pereira/Agência Senado Fonte: Agência Senado

A ofensiva dos setores produtivo e varejista brasileiros bate agora na porta do Senado para confirmar a taxação das compras internacionais com valor de até US$ 50 (cerca de R$ 300), que ganhou uma alíquota de 20% na Câmara dos Deputados. Uma das frentes tenta evitar que os senadores mudem o valor para menos ou retornem ao ponto de partida: a isenção de cobrança de tributos para esta modalidade de compra.

O argumento do empresariado é o de que, enquanto pagam impostos no Brasil, o custo social com os funcionários e alíquotas de 60% sobre insumos e matérias-primas importadas acima de US$ 50, os empresários chineses de Shopee, AliExpress e Shein recebem valores limpos e ainda cobram o frente. Nos cálculos dos varejistas, são R$ 60 bilhões anuais, o que significam R$ 40 bilhões em renúncia fiscal, como exemplificou o empresário Luciano Hang, da Havan, em vídeo onde faz um apelo aos parlamentares, assista:

Taxação das compras internacionais divide o próprio governo federal

A questão da taxação dividiu o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o posicionamento não oficial da primeira-dama Janja Lula da Silva, favorável à isenção, e a torcida do ministro Fernando Haddad (Fazenda) e do vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro da Indústria, Comércio e Serviços, que pregam a cobrança como forma de arrecadar e salvar empregos. Este é um ponto nevrálgico: as “blusinhas” e as “bugigangas”, como ditas por Lula, têm impacto na economia brasileira e a reclamação do empresariado, tanto da indústria quanto do comércio, não é de hoje.

No Senado, o assunto ganhou um componente a mais, outro jabuti, um penduricalho colocado em um projeto diferente. No caso, o programa Mover Verde, que concede incentivo ao desenvolvimento de energia renováveis no setor automotivo, ganhou a taxação e mais uma, a participação mínima de bens e serviços de empresas brasileiras na exploração de petróleo e gás, que passou quase despercebida na Câmara.

Há um fato que incomoda os empresários, além da questão tributária: muitos parlamentares de direita e esquerda são contrários à taxação. Estão de olho na campanha municipal, só pensam no desgaste, que, para muitos, começa dentro de casa. A saúde da economia do país deve estar acima disso.

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