Dolmar Frizon

É colaborador da Fecoagro e editor-chefe do programa Cooperativismo em Notícia, veiculado pelo SCC SBT. Foi repórter esportivo por 22 anos.


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Dolmar Frizon

Agro brasileiro pode fabricar até 1,4 bilhão de doses da Coronavac em um ano

As tratativas foram iniciadas pelo Ministério da Agricultura e pode levar o País a produzir doses suficientes para imunizar toda a população brasileira, exportar e até manter estoque de vacinas

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Coronavac. Foto: Marcos Porto, Prefeitura de Itajaí
Coronavac. Foto: Marcos Porto, Prefeitura de Itajaí

Uma boa notícia pode vir das indústrias de medicamentos do agro no País: uma produção em larga escala do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. Quatro fábricas estão à disposição para produzir a matéria-prima da vacina, revelou recentemente o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). A capacidade máxima de produção pode variar de 1,1 bilhão a 1,4 bilhão de doses de vacina contra o novo coronavírus em um ano.

As tratativas para que essas fábricas produzam a vacina começaram a cerca de dois meses, intermediada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Recebemos uma das autoridades do Mapa que conhece todos os laboratórios de saúde animal do País e intermediaram o contato com representantes do Butantan”, explica o médico veterinário Emilio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindan.

Após esse primeiro encontro, o Sindan aproximou o Butantan e as empresas que possuem as fábricas mais aptas a produzir esse tipo de vacina. Das 80 indústrias ligadas ao sindicato, quatro possuem o nível mais alto de biossegurança na área de saúde animal no País. “Para se ter uma ideia do que isso significa, com alguns pequenos ajustes, essas fábricas poderiam chegar ao topo máximo de exigência internacional de um laboratório de medicamentos para a saúde humana”, explica Salani.

Logo após a aproximação entre o Sindan e o Butantan, foi a vez do Conselho Federal de Medicina Veterinária conectara entidade do agro ao Ministério da Saúde. “Estamos muito esperançosos que isso aconteça. A população brasileira pode estar certa de que, nós da indústria, vamos nos esforçar ao máximo para poder ajudar no combate desse mal”, afirma Salani.

País atingiu 10,5% da população vacinável com a primeira dose e 3,1%, com a segunda dose, na terça-feira (30/3)

Luta contra o vírus

A possibilidade de produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) em larga escala em território nacional pode ser de grande alento ao País que, dia após dia, vem sofrendo com a pandemia. De um lado, está o triste índice de mortes de pessoas no País, com recordes diários: 3.668 mortes, só na terça-feira (30/3); e um total de 317.936 óbitos e 12.664.058 brasileiros infectados desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Do outro, uma cruzada para vacinação contra a doença: 16.937.084 pessoas vacinadas com a 1ª dose e de 4.946.579 que já receberam a 2ª dose – respectivamente, 10,5% e 3,07% da população nacional vacinável de 162 milhões de pessoas (maiores de 18 anos). Os dados são do Consórcio formado pelos veículos Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 (30/3/2021, às 20h10).

Sai febre-aftosa entra a Coronavac

As quatro fábricas do agro, que entrariam na força tarefa de produzir a Coronovac ou qualquer outra vacina de vírus inativado (incapaz de causar mal ao entrar no organismo),são as mesmas que fabricam anualmenteaté 500 mil doses da vacina contra a febre aftosa em bovinos. A vantagem é que essas unidades produzem um imunizante que leva mais de uma cepa de vírus inativado e que tem volume maior por dose.

Cada dose de vacina contra a febre aftosa é de 2,0 mililitros (ml); já cada dose da Coronavac é de 0,5 ml, além de ter apenas um vírus inativado na sua fabricação. Por isso, entre três e quatro meses, o País produziria imunizante suficiente para vacinar toda a população vacinável, já com a segunda dose, caso as quatro indústrias passassem a fabricar a Coronavac. Em um ano, seria possível ter doses para estocar para programas futuros de vacinação e até exportar para outros países.

“Os processos de negociação estão em curso, e agora estão sendo discutidos entre as empresas”, diz o executivo do Sindan. Segundo ele, o Mapa já deu aval ao uso dessas unidades, só falta o Ministério da Saúde estabelecer os procedimentos de como os trabalhos serão desenvolvidos, e a Sinovac, detentora da patente da vacina, fechar o acordo com as empresas instaladas no País.

Fonte – AgroSaber


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