equidade - SCC10

Sempre tive curiosidade em saber se as discussões que vejo aqui no Brasil se refletem mundo afora. Pude perceber, ao participar recentemente do Global Summit of Women 2024, em Madrid, que o mundo todo está uníssono nas questões de equidade de gênero, divisão justa do trabalho, múltiplas tarefas, diferença salarial, trabalho híbrido e flexibilização de horários. Participar de um Summit para mulheres líderes do mundo todo foi uma experiência incrivelmente enriquecedora! Foi maravilhoso trocar pontos de vista e aprender com mais de duas mil líderes femininas das Américas, da Europa, da Asia, da África, enfim, do mundo todo. Além do aprendizado com homens líderes, que foram convidados a participar e contribuir nos debates e trouxeram perspectivas muito interessantes. No evento, estavam presentes executivos e executivas de alto escalão de grandes empresas, mulheres empreendedoras, e figuras de destaque no cenário político global, como ministras e deputadas. Foi inspirador ver tantas perspectivas diferentes e coerentes. Um dos principais insights foi que a diversidade e inclusão não podem ficar apenas no discurso; já estamos muito atrasados nessa questão, que precisa ser uma preocupação real das empresas e de seus líderes. E a mudança deve começar pelo topo, e a partir daí ser disseminada por toda a organização. As mulheres foram incentivadas a ter atitudes parecidas com a dos homens e focar em seus pontos fortes, ao invés de apenas nos pontos fracos, como se percebe que é uma característica feminina (olha a síndrome da impostora ai gente!). Se quiser saber mais sobre a síndrome da impostora ou do impostor, leia minha coluna neste link. Outra questão importante levantada foi a eficácia das cotas, e a conclusão que se chegou é que implantar políticas de cotas nas mais diversas áreas como politica e corporativa, realmente ajuda a resolver a falta de equidade de gênero. E impacta positivamente na sociedade. Discutimos também a importância da flexibilidade e confiança para o sucesso do trabalho remoto. E precisamos ter em vista que a flexibilidade não significa não ir ao escritório, mas sim ir um pouco menos. O trabalho remoto deve ser adaptado ao tipo e tamanho da empresa, bem como à função do colaborador. Entretanto, muito importante ressaltar que o trabalho presencial ainda é fundamental para a estratégia da empresa, aprendizado do colaborador como individuo e coletivo, e solidificação da cultura organizacional. A inovação, por exemplo, muitas vezes ocorre com o que chamamos de “clustering” (agrupamento de ideias e pessoas), e isso pode ser prejudicado se os colaboradores não frequentarem o escritório. Por fim, ficou evidente em diversos momentos, a necessidade de um novo tipo de contrato social, em que as empresas devem ter a sua parte de responsabilidade pela divisão justa de tarefas com as famílias, e a flexibilização do trabalho é uma forma de alcançar isso. Também se discutiu muito a respeito da Inteligência Artificial (IA) e, embora seja um tema muito falado, ressaltou-se que mais importante do que o poder da IA é o poder da diversidade e da inclusão dentro das empresas, pois um ambiente diverso e inclusivo pode operar milagres e contribuir muito para o sucesso das organizações. Participar do Global Summit of Women 2024 do outro lado do mundo foi uma experiência verdadeiramente transformadora para minha vida. Retorno com uma compreensão mais profunda sobre esses temas tão importantes na atualidade, como a importância da diversidade e inclusão como pilares essenciais para o sucesso organizacional. A troca de ideias em ambientes colaborativos mostrou-se vital para a inovação, destacando a necessidade do trabalho presencial para o fortalecimento da cultura e estratégia das empresas. Além disso, a flexibilidade e a confiança emergiram como elementos cruciais para a eficácia do trabalho remoto. A discussão sobre a equidade de gênero reforçou que, apesar das controvérsias, as cotas são ferramentas muito eficazes para promover a inclusão de mais mulheres nos mais diversos ambientes em que elas tem dificuldade de se inserir. Enfim, estou entusiasmada para implementar esses aprendizados e ajudar na promoção de uma sociedade ainda mais justa, inovadora e inclusiva. >> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.