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Crime

Suposto suicídio no Oeste tratava-se de um brutal feminicídio, conclui Polícia Civil

Ex-companheiro da vítima foi preso nesta manhã se sexta-feira apontado como autor do crime pela polícia.

• Atualizado

Ana Paula Bittencourt

Por Ana Paula Bittencourt

Local onde o corpo foi jogado, em Palmitos, Oeste de SC. Foto: Polícia Civil, Divulgação
Local onde o corpo foi jogado, em Palmitos, Oeste de SC. Foto: Polícia Civil, Divulgação

Na noite de 13 de janeiro de 2022 o corpo de uma mulher de 57 anos de idade foi encontrado boiando no Rio Uruguai, em Ilha Redonda, região turística bastante conhecida no município de Palmitos, no Oeste de Santa Catarina. A região é conhecida pela abundância de águas termais, belezas naturais e disponibilização espaços para recreação.

O caso inicialmente foi registrado como suicídio. Não foi possível um análise minuciosa do corpo diante do estado em que se encontrava e da versão apresentada pela única “testemunha” ocular do fato, o ex-companheiro da falecida, informou a Polícia Civil. Segundo alegado por ele, na ocasião com bastante frieza, a companheira estava depressiva e decidiu tirar a própria vítima, jogando-se de um barranco situado às margens do Rio Uruguai, onde foi encontrada pelos policiais, já sem vida, pouco tempo depois.

Após trabalho de investigação pela Delegacia da Comarca de Palmitos, em conjunto com a Divisão de Investigação Criminal – DIC de Maravilha, o ex-companheiro da vítima foi preso na manhã desta sexta-feira (28), apontado como autor do crime.

A conclusão da investigação

Conforme apurado, a vítima foi atingida por um forte golpe desferido com objeto pérfuro-contundente na região lateral direita de sua cabeça, momento em que provavelmente desmaiou diante da violência da pancada, a qual imediatamente causou lesão cerebral. Foi comprovado também que a mulher tentou se defender com uma das mãos, a qual teve alguns dedos parcialmente dilacerados pelo forte golpe e um anel amassado, mas não conseguiu se opor à força do agressor.

Já extremamente debilitada e provavelmente desacordada, a vítima, segundo a Polícia Civil, foi arrastada pelo autor barranco abaixo, momento em que sofreu outras diversas lesões corporais na parte da frente do corpo, todas identificadas durante o exame pericial. Após, ela foi jogada na água, em parte rasa do rio, onde seu corpo flutuou por alguns metros e acabou preso em área de vegetação.

O exame pericial constatou que a vítima não morreu em virtude de um afogamento “clássico”, já que em seus pulmões não foi encontrada água em grande quantidade, o que se deve justamente ao fato de ter sido jogada na água já totalmente incapacitada e sem possibilidade de resistir.

A investigação apurou que o casal havia recentemente se separado e que o ex-companheiro não aceitava a situação, bem como que praticava violência doméstica contra a mulher, já tendo-a agredido e a ameaçado de morte em outras ocasiões, apesar dela ter optado por não registrar nenhum desses fatos. Inclusive, conforme testemunhas ouvidas, o agressor chegou a afirmar explicitamente em uma dessas ocasiões que mataria a mulher com uma paulada na cabeça e jogaria seu corpo no rio posteriormente.

Quem era a vítima

A vítima possuía 57 anos de idade, era natural de Rodeio Bonito, no Estado do Rio Grande do Sul, foi agricultora boa parte da vida e estava aposentada, mas ainda trabalhava junto com autor como zeladora de uma área de quiosques em Ilha Redonda, justamente o local onde o crime contra sua vida foi praticado. Deixou filhos e um neto criança, do qual possuía a guarda e era a única responsável.

O autor preso preventivamente possui 50 anos de idade, nasceu no Estado do Paraná e também trabalhava no “camping” onde praticou o crime. Ele será encaminhado ao presídio regional de Chapecó.

Veja o local onde o corpo foi jogado

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