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Investigações

Professor preso por estupro de menina de 12 anos tentou enganar pais e polícia em SC

A Polícia Civil também informou que fez um pedido de conversão da prisão em flagrante para preventiva, para que ele siga preso até que as investigações e o julgamento finalizem

• Atualizado

Giovanna Pacheco

Por Giovanna Pacheco

Paulo Cesar

Por Paulo Cesar

Foto: Paulo César/SCC SBT
Foto: Paulo César/SCC SBT

A Polícia Civil informou, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28), que o professor suspeito pelo desaparecimento da menina de 12 anos em Pomerode foi preso em flagrante por três crimes: estupro de vulnerável, cárcere e fraude processual.

O delegado da DIC de Blumenau, Rodrigo Raitz, explicou que chegou a conversar com o professor de matemática no sábado (26), antes de a menina ser encontrada, e ele disse que estava surpreso com a situação. Raitz relatou que o professor não demonstrou firmeza enquanto falava sobre o caso e isso causou suspeitas.

O suspeito ainda foi extremamente solícito com as buscas, ofereceu ajuda acima do normal, o que chamou ainda mais atenção das autoridades. Ele chegou, inclusive, a fazer uma publicação nas redes sociais pedindo ajuda para encontrar a menina.

Professor foi procurado pelos pais da menina

As investigações mostram que o pai da menina também ligou para o professor para pedir ajuda no sábado de manhã (26). O suspeito teria respondido que não sabia de nada, mas que se soubesse de alguma informação iria repassar.

A Polícia Civil também informou que fez um pedido de conversão da prisão em flagrante para preventiva, para que ele siga preso até que as investigações e o julgamento finalizem.

Menina era aliciada desde maio deste ano

O Delegado da Polícia Civil de Pomerode, Antônio Godoi, relatou na coletiva que o professor de matemática “começou a ter um contato mais próximo com a aluna desde maio. Depois das férias escolares, eles combinaram de a menina ir para a casa dele. Então ela fugiu de casa na sexta a noite (25) e ele foi buscá-la e levá-la para a casa dele.

Ainda segundo o delegado, o plano era que eles fossem morar em Curitiba, no Paraná, juntos, uma vez que ele havia passado em um concurso para trabalhar no município. A menina chegou a deixar um bilhete para os pais, dizendo que estava indo para Porto Alegre com uma amiga. A Polícia Civil explica que ela provavelmente não fez o bilhete sozinha, mas sim com orientação dele para despistar a os pais e a polícia.

A partir de investigações no quarto da criança foi possível verificar que ela demonstrava um afeto por ele. Um exemplo era o armazenamento de cadernos da escola: “todos os cadernos ficavam guardados juntos, menos o de matemática. Ela o guardava em um local especial, com as coisas mais importantes para ela”.

Buscas pela criança

Ainda segundo o delegado Raitz, um cachorro foi utilizado para cooperar nas buscas pela criança. No domingo (27), quando os policiais foram à casa do professor, ele não estava mais. Foi quando arrombaram a porta e deram ordem para o cachorro farejar o local.

Ele explica que eles usaram roupas dela para que ele reconhecesse o cheiro e “já no primeiro passo o cachorro apontou vestígios de que ela teria passado ou estaria na residência do professor. Ele começou a apontar muito para a parte da cama”.

Também foram encontrados objetos pessoais da menina, como uma mochila com as roupas dela e um celular quebrado. Os pais confirmaram que as roupas eram da menina.

Entenda a motivação da prisão em flagrante do professor suspeito do caso:

Estupro de vulnerável

O perito Lucas Melo também afirmou que há possibilidade de que a casa do homem fosse um local comum de pedofilia, uma vez que há decorações com características infantis, como bonecos. Ele também frisou que foram encontrados vestígios biológicos no local, mas detalhes sobre estes vestígios não foram divulgados para preservar a menina.

O delegado da DIC de Blumenau também explicou que o simples ato libidinoso com uma criança já constitui o crime de estupro de vulnerável. O crime é configurado pelo artigo 217-A do código penal:

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

Professor tentou fraudar as buscas

Segundo o Delegado de Pomerode Antônio Godoi, o professor suspeito do caso admitiu que fez um fundo falso em uma cama e, no domingo (27), escondeu a menina, deixando-a em cárcere. Ele teria a avisado que teria que sair, pediu que ela se escondesse e avisou que voltava em duas horas. Ele ainda teria instruído ela a não se manifestar caso alguém aparecesse no local.

O delegado ainda explicou que o suspeito saiu da casa em Pomerode, sentido Navegantes, Litoral Norte, com o objetivo de fraudar a localização da criança: ele usou o chip dela no celular dele, em outra cidade, para despistar os policiais. A investigação também mostra que meses antes ela havia ficado de castigo e os pais tiraram o celular dela. Então, para que eles mantivessem contato, ele emprestou o dele para que eles se falassem pelas redes sociais.

A viagem também tinha uma segunda motivação: ele jogou um outro celular em um rio, com o objetivo de descartar as conversas dos dois que estavam armazenadas no aparelho.

Quando ele estava voltando para a casa, viu que o local estava cercado por policiais e então voltou para a estrada, sentido Norte do estado, na BR-101. Foi neste momento que o homem foi localizado pelas autoridades, uma vez que já havia sinal de alerta com a placa do carro.

Todas as partes estão prestando depoimentos, para que a Polícia Civil reúna todas as provas e possa apresentá-las ao Ministério Público. A partir disso, o MP é a instituição que apresenta a denúncia à Justiça para haver um julgamento.

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