Julgamento de Flordelis pela morte de Anderson do Carmo é marcado
Além dela, três filhos e uma neta vão se sentar no banco dos réus pelo assassinato do pastor
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Mais de três anos depois da morte do pastor Anderson do Carmo, a ex-deputada federal Flordelis será julgada, na próxima segunda-feira (7), como mandante do assassinato do marido. Além dela, três filhos e uma neta vão se sentar no banco dos réus.
A defesa de flordelis admite: não vai ser fácil. “Com esse tipo de construção pelas mídias, nós já chegamos lá dentro com todos eles condenados. Eu espero que possa haver a compreensão que o que está em debate dentro do tribunal do júri são as acusações concretas”, diz a advogada Janira Rocha.
Ao todo, 1.240 dias separam o assassinato de Anderson do Carmo e o julgamento da ex-deputada federal, cantora e pastora. E, 16 de junho de 2109, às 03h25, o pastor e Flordelis chegam em casa, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Poucos minutos depois, ele foi morto a tiros na garagem, aos 42 anos.
“Eu só fui dar um passeio com o meu marido, mais nada, gente. Só um passeio e que acabou dessa forma, perdendo a vida pra tentar proteger a casa, proteger a família. Infelizmente, abriu o portão da garagem e ele tentou evitar que eles entrassem dentro da casa”, disse Flordelis na época.
A versão de latrocínio, o roubo seguido de morte, porém, começou a desmoronar no dia seguinte. Na saída do enterro de Anderson, a polícia prendeu Flávio, filho do primeiro casamento de Flordelis. Horas depois, foi preso um irmão afetivo dele, Lucas.
Os dois confessaram participação no assassinato. Flávio, como o autor dos disparos, e Lucas, por ter comprado a arma do crime.
“Quem acompanha polícia, já tem faro de perceber quando a história está estranha. Essa história, desde o começo, já tinha vindo estranha”, afirma o delegado Marcelo Carregosa.
Para a polícia, Anderson do Carmo foi vítima de um complô da família. O celular apreendido de uma das filhas mostrou que ela fez pesquisas na internet por “veneno para matar pessoa”. Ela também procurou por “alguém da barra pesada” e “assassino, onde achar”.
Os investigadores descobriram que a ex-deputada chegou a escrever para um dos filhos: “simula um assalto. Aproveita que ele foi pro Rio e espera ele na volta”.
“Foi ela quem arregimentou essas pessoas, arquitetou o plano, convenceu essas pessoas, ela financiou a compra da arma, ela avisou sobre a chegada ao local do crime”, diz o delegado Allan Duarte, responsável pelo inquérito.
Em agosto do ano passado, a pastora teve o mandato de deputada federal cassado. Dois dias depois, foi presa. Nas últimas semanas, virou notícia na cadeia por ter usado um telefone celular e por voltar para a cela, após uma visita, com R$ 72,00 nas partes íntimas.
Quatro filhos dela já foram julgados e condenados: Flávio, a 29 anos de prisão; Lucas, a 9 anos; e Adriano e Carlos Ubiraci, que conseguiram a liberdade condicional.
“Eu não espero a absolvição de ninguém. Eu espero a condenação de todos, inclusive dela. porque se não fosse ela, o Anderson estaria vivo até hoje”, afirma o advogado da família de Anderson, Ângelo Máximo.
O destino de Flordelis vai ser decidido por um júri popular, formado por sete pessoas. Será o desfecho de um processo complexo, com mais de 30 mil páginas. A advogada de defesa adiantou que vai recorrer, em caso de condenação, mas ressaltou que a ex-deputada está confiante.
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