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Investigação

Maus-tratos: Idoso morre com infestação de larvas de moscas na boca

Idoso morreu após mais de um mês em clínica; família aponta negligência do asilo

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

A polícia do Rio Grande do Sul investiga se um idoso sofreu maus-tratos e negligência em um asilo de Porto Alegre.

O paciente, que estava no local há pouco mais de um mês, morreu nesta quarta-feira (29). 

Em meio a dor, a indignação, a família não aceita o que aconteceu. “Isso é revoltante. Me revolta muito saber que a gente confiou a vida do meu pai e as pessoas não tem o cuidado com a vida dos outros”, afirma Fabiano Lopes, filho da vítima.

Acácio Ney Lopes Soares, de 74 anos, estava nesta casa geriátrica, em Porto Alegre, desde o dia 11 de fevereiro, em função de sequelas de um AVC, no dia 23 de março.

Segundo o prontuário médico, Acácio chegou com convulsão, febre e urina fétida. Na boca, foi identificada a miíase – que é uma infestação de larvas de moscas. A equipe médica questionou se o quadro de sepse – infecção generalizada – estaria relacionado à presença das larvas. Um cirurgião dentista examinou o paciente e conclui que havia, aproximadamente, 200 larvas na cavidade oral. O serviço social da UPA foi acionado e contatou os familiares.

A filha diz que visitava o pai semanalmente e não suspeitava dos problemas. Ela não tem dúvidas da negligência do asilo. “Ele tava com uma crosta de sujeira quando dei banho. No meu entendimento, largaram ele na cama só pra receber o dinheiro”, diz a filha Kelly Casanova.

O idoso precisou ser transferido para o hospital, mas morreu na madrugada dessa 4ª feira. O atestado de óbito indicou morte natural por insuficiência respiratória, pneumonia bacteriana, epilepsia e sequela de acidente vascular cerebral.

A Delegacia do Idoso investiga as denúncias de omissão e falta de cuidados básicos de higiene na clínica. Em depoimento informal, a proprietária disse que fazia a limpeza diária da boca do paciente. Para a polícia, a informação não procede, já que há provas mostrando o contrário.

A pena para o crime de colocar em risco a saúde do idoso pode chegar a 12 anos de prisão em casos com morte.

“A gente acredita que essa infecção que ele teve já na clínica teria contribuído de forma concorrente pra morte dele. Talvez não fosse a causa principal, mas acelerou o processo”, diz a delegada Ana Luiza Caruso.

A proprietária da clínica não quis se manifestar.

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