Homem acusado de matar professora a tiros é julgado em Florianópolis
O julgamento está sendo realizado no Tribunal do Júri de Florianópolis
• Atualizado
Na manhã desta terça-feira (29), começou o júri popular do feminicídio de Alessandra Abidala, uma professora de 45 anos, assassinada pelo ex-companheiro, um policial militar. O crime ocorreu em novembro de 2022, no bairro Tapera, em Florianópolis, quando ela foi baleada ao descer do ônibus a caminho do trabalho.
O julgamento está sendo realizado no Tribunal do Júri de Florianópolis e conta com 19 testemunhas, divididas entre acusação e defesa. Espera-se que o processo dure até a madrugada e possa continuar no dia seguinte.
No início do julgamento, o acusado estava presente, mas durante os depoimentos das testemunhas da acusação, ele foi retirado da sala para que as testemunhas se sintam mais à vontade para falar. Se o julgamento se estender até o dia seguinte, os sete jurados precisarão ficar em um hotel isolado, sem poder usar telefone ou assistir à televisão. Isso é feito para garantir que o julgamento seja justo e sem influências externas.
Relembre o caso
Professora é assassinada a tiros pelo ex-companheiro a poucos metros da escola
A professora auxiliar Alessandra Abdalla de 45 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro enquanto estava a caminho do trabalho, na manhã desta quinta-feira (24). O crime ocorreu a poucos metros do Núcleo de Educação Infantil (NEIN) Tapera, no Sul de Florianópolis.
Segundo a Prefeitura do município, que comunicou o falecimento, ela já tinha uma medida protetiva contra o suspeito. O Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis) informou, em uma nota de pesar, que o ex-companheiro é policial militar e não aceitava o término do relacionamento.
A Polícia Militar foi procurada pelo SCC10 e se pronunciou por nota. A instituição informou que foi possível identificar o suspeito por imagens do local. Ele é policial militar lotado no 4º Batalhão da PM, estava com restrição do serviço operacional e trabalhava no administrativo
Em relação à medida protetiva contra o suspeito, o comando do Batalhão esclareceu que não tinha conhecimento.
Ainda segundo a PM, os disparos ocorreram depois de uma discussão com a mulher. Ele está foragido e as buscas estão com prioridade com apoio do BOPE (Batalhão de Operação Especiais).
Alessandra Abdalla era servidora pública desde 2014 e deixa uma filha.
*Notícia em atualização
Confira a nota da PM na íntegra
NOTA – 4º BPM – FLORIANÓPOLIS
OCORRÊNCIA DE FEMINICÍDIO NO BAIRRO TAPERA
A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) através do comando do 4º BPM, de Florianópolis, atendeu nesta quinta-feira, 24, por volta das 7h30 da manhã, uma ocorrência em que uma mulher teria sido alvo de vários disparos de fogo próximo a uma creche, localizada no bairro da Tapera. Chegando ao local foi confirmado que a situação se tratava de um Feminicídio.
A mulher foi atingida com vários disparos de arma de fogo e, ao que tudo indicava, teriam sidos disparados pelo ex-companheiro. Imagens do local o identificaram. Depois de uma discussão ele disparou contra a mulher e fugiu para um destino ignorado.
Com as imagens, foi possível a identificação do homem, um policial militar da ativa, lotado no 4º BPM, que estava com restrição do serviço operacional, realizando trabalhos administrativos.
O comando do 4º BPM esclarece que não tinha conhecimento que a mulher havia pedido uma medida protetiva contra o ex-companheiro.
As buscas pelo foragido seguem, com apoio do Batalhão de Operação Especiais (BOPE) para que o mesmo seja preso e levado à Justiça.
Esta tragédia e seu desfecho segue como prioridade do 4º BPM, e assim que houver novos encaminhamentos a PMSC divulgará nova nota.
Nossos consternados sentimentos à família da vítima e à sociedade, diante deste episódio de profundo pesar.
Confira a nota do Sintrasem na íntegra
O dia de hoje amanheceu com uma notícia trágica para a nossa rede e para todas as mulheres.
A companheira Alessandra Abdalla, professora do NEIM Tapera, no Sul da Ilha, foi cruelmente assassinada a tiros pelo ex-companheiro quando chegava na unidade, próximo a outras professoras.
Alessandra foi morta porque o ex-companheiro, um policial militar, não aceitava o término do relacionamento. Ele já havia ameaçado atirar nela anteriormente, e a professora já tinha medida protetiva contra o assassino.
Trata-se de um crime cruel e estúpido que causa dor em todos nós e reafirma, mais uma vez, o sofrimento enorme gerado pelo machismo estrutural e pela violência contra a mulher.
Só no ano passado, 1.341 mortes foram registradas como feminicídio no Brasil. Isso significa um assassinato a cada 7 horas.
Alessandra tinha 45 anos, trabalhava na rede há oito e deixa uma filha. O Sintrasem deixa os seus mais sinceros pêsames à família e aos amigos da professora neste momento difícil.
A luta pela igualdade de gênero não pode descansar. Não é aceitável ser assassinada em seu local de trabalho. Não é aceitável morrer por conta de seu gênero. Isso não pode ser normalizado.
ALESSANDRA; PRESENTE! ✊
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