Dono do imóvel que explodiu em Jurerê é indiciado por homicídio culposo
Entenda o que motivou a Polícia Civil indiciar o proprietário
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A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou o proprietário do imóvel que explodiu em Jurerê por homicídio culposo. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Alber Figueiredo, o que motivou o indiciamento foi negligência.
Segundo o resultado do laudo pericial do Corpo de Bombeiros sobre a explosão que ocorreu no dia 25 de maio, o sistema que envolve o uso de gás no prédio estava irregular. A construção, que foi feita em 2003, nunca passou por vistoria do Corpo de Bombeiros. Segundo os militares, a mangueira flexível que fica ligada ao gás estava fora da validade e deveria ter sido trocada em 2011. Além disso, o material estava danificado devido ao desgaste causado pelo tempo e, de acordo com os Bombeiros, esse desgaste permitiu o vazamento de gás dentro da quitinete de Helenita, que causou a explosão calculada em 270 m2 de área atingida. O apartamento da vítima não era o único nesta situação, outras mangueiras de gás no residencial estavam da mesma forma.
Além do vazamento, o Corpo de Bombeiros ressaltou ainda que as instalações de Gás liquefeito de petróleo (GLP) estavam precárias no prédio e em desconformidade com as normas de segurança contra incêndio e pânico.
Segundo o advogado do proprietário, Rubens Cabral, a defesa desconhecia a conclusão e ainda não teve acesso ao inquérito. Cabral destacou que o dono ressarciu os inquilinos, assim como os vizinhos que tiveram as casas afetadas pela explosão.
Vítima da explosão foi localizada na cozinha
Helenita Pereira, de 56 anos, foi localizada por volta das 22h30 do dia 25 de maio. Ela morava no local há apenas 15 dias e de acordo com o capitão Fábio Fregapani, a vítima foi encontrada ao lado do fogão e o equipamento estava com uma das bocas totalmente acionada e outra boca parcialmente acionada. Segundo o CBMSC, Helenita acordou por volta das 8h15, fez uma ligação telefônica para a irmã e relatou que estava com tontura e dor de cabeça. Momentos após a ligação, a explosão ocorreu.
De acordo com os Bombeiros, é possível que a vítima já estivesse com tontura devido à intoxicação do gás que vazou. Sobre o fato de ela não ter sentido o “cheiro de gás”, o Corpo de Bombeiros considerou que tenha sido pelo fato de a vítima ter rinite alérgica, o que poderia ter prejudicado o olfato. A possibilidade de que Helenita não tenha sentido o cheiro devido a sintomas de Covid-19 também não foi descartada.
O trabalho de investigação dos Bombeiros foi feito em conjunto com o Instituto Geral de Perícias (IGP). As análises do IGP ainda não foram encerradas, mas os resultados devem ser semelhantes.
Vítima de explosão em Jurerê morava no local há apenas 15 dias
Prevenção
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o melhor caminho para evitar ocorrências como essa é a prevenção. As mangueiras e válvulas de gás têm validade de cinco anos e devem ser trocadas após esse período.
Para que o Corpo de Bombeiros faça uma vistoria em prédios residenciais é necessário que o proprietário do local ou o síndico do residencial faça a solicitação aos Bombeiros. Outra forma de acionar a necessidade de vistoria é por meio de denúncias que podem ser feitas por qualquer pessoa.
Segundo o capitão Fábio Fregapani, após a explosão em Jurerê, houve um aumento de solicitações para que os bombeiros façam vistorias em Florianópolis. Houve também o aumento no número de denúncias nesse sentido.
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