Basta ter força de vontade? Obesidade somente como falta de vontade é um mito
Muitos fatores estão associados ao risco de desenvolver obesidade, incluindo fatores genéticos, ambientais e metabólicos
• Atualizado
Compreender a obesidade como falta de vontade de pessoas que convivem com essa doença crônica é um dos mitos que atrapalham a mudança. O cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Baía Sul, Eden Edimur Rossi Junior nos explica sobre a doença.
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, medida pelo índice de massa corporal (IMC), que é o peso da pessoa em quilogramas, dividido pelo quadrado da sua altura em metros. Segundo o médico, quando o IMC está acima de 30, é considerado obesidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos cerca de 1 bilhão de obesos, 650 milhões são adultos, 340 milhões são adolescentes e 39 milhões são crianças.
“Os números demonstram a importância de ações preventivas, mas é importante ultrapassar preconceitos. Há vários mitos relacionados à obesidade que atrapalham o processo de prevenção ou de mudança, inclusive o de que as pessoas são obesas porque há falta de vontade. Muitos fatores estão associados ao risco de desenvolver obesidade, incluindo fatores genéticos, ambientais e metabólicos”, afirma.
Ainda de acordo com o médico, há fatores comportamentais que influenciam, e pessoas com histórico familiar de obesidade. “Certas condições médicas, como a Síndrome do Ovário Policístico (SOP), ou que utilizam determinados medicamentos também podem ter um risco aumentado”, complementa.
Complicações da doença
A obesidade pode levar a complicações, como doenças cardiovasculares (ataques cardíacos e derrames); diabetes tipo 2; hipertensão; apneia do sono; artrite; alguns tipos de câncer; depressão e ansiedade.
Mas, enquanto a obesidade aumenta o risco de muitas doenças, é importante ressaltar que nem todos os indivíduos obesos apresentam problemas de saúde.
Como prevenir a obesidade?
A prevenção da obesidade envolve a adoção de hábitos alimentares saudáveis, prática regular de atividade física, monitoramento do peso, sono adequado e redução do estresse.
“Outro ponto importante é que a obesidade infantil e juvenil tem sido uma preocupação crescente na sociedade, e para preveni-la desde a infância e adolescência é importante que os familiares promovam a alimentação balanceada desde cedo, evitem o consumo de alimentos ultraprocessados, açucarados e gordurosos, estimulem a prática de atividades físicas, como brincadeiras ao ar livre e limitem o tempo de tela, como TV, computador e celulares.
Quando os hábitos saudáveis não funcionam?
Eden explica que na maioria dos casos, a obesidade pode ser prevenida ou tratada com hábitos saudáveis. No entanto, em situações de obesidade mórbida, ou quando há complicações de saúde graves e que não respondem a tratamentos convencionais, a cirurgia bariátrica pode ser recomendada. “A cirurgia pode ser uma opção para indivíduos que não tiveram sucesso com métodos mais tradicionais de perda de peso”, afirma.
“Outro ponto importante que gostaria de ressaltar é que a busca pela prevenção e mudança não devem estar associadas a dietas que prometem resultados rápidos para a perda de peso. Em geral, dietas extremas são insustentáveis e podem ser muito prejudiciais à saúde”, alerta o cirurgião.
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