Anvisa aprova tratamento inédito para Alzheimer no Brasil
Medicamento será comercializado sob o nome de Kisunla e desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly
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Pela primeira vez, o Brasil terá acesso a um medicamento capaz de agir diretamente nas causas do Alzheimer. A Anvisa aprovou nesta terça-feira (22) o uso do donanemabe, um tratamento inédito que promete retardar a progressão da doença em fase inicial.
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Comercializado sob o nome de Kisunla e desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, o remédio é indicado para adultos com Alzheimer sintomático em estágio leve, incluindo casos de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL).
O medicamento só pode ser usado mediante a confirmação da presença da proteína amiloide no cérebro, uma das marcas do avanço da doença.
Tratamento do Alzheimer: avanço no combate à doença
Diferente dos medicamentos disponíveis atualmente, que tratam apenas os sintomas, o Kisunla atua na remoção das placas de proteína beta-amiloide — substâncias que se acumulam no cérebro e estão ligadas à perda de memória e funções cognitivas.
De acordo com a Eli Lilly, o donanemabe conseguiu reduzir essas placas a níveis negativos em 30% dos pacientes em 6 meses, 66% em 12 meses e 76% em 18 meses.
O remédio é aplicado uma vez por mês por via intravenosa e, segundo estudos clínicos, mostrou resultados promissores em pacientes no início da doença. Em julho de 2023, o tratamento já havia sido aprovado nos Estados Unidos pela FDA (agência reguladora americana).
No Brasil, o medicamento ainda passará pelo processo de precificação junto à CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Por enquanto, não há data definida para o início da comercialização nem previsão de custo.
Segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer afeta 1,2 milhão de brasileiros, com cerca de 100 mil novos casos diagnosticados por ano.
Para o geriatra Roni Chaim Mukamal, identificar os sinais precoces da doença é essencial: “A melhor forma de diferenciar os sintomas da doença de Alzheimer do envelhecimento normal é prestar atenção na frequência dos esquecimentos e observar se eles atrapalham o dia a dia do idoso.”
Ele também alerta para a demora na busca por ajuda médica: “Muitas vezes, os familiares acham que a perda de memória é natural do envelhecimento e procuram o geriatra apenas quando ocorre algum fato mais marcante e grave, como episódios de agressividade ou quando o idoso se perde na rua”.
A chegada do donanemabe ao Brasil traz uma nova perspectiva para pacientes e familiares que enfrentam os desafios da doença. Embora ainda não represente a cura, o tratamento é um avanço importante no cuidado com a saúde cerebral e na luta contra a perda de autonomia e memória.
*As informações são do SBT News.
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