Projeto da Prefeitura de Jaraguá do Sul implanta novas hortas comunitárias

O Projeto Germinar, da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento da Prefeitura de Jaraguá do Sul está em fase de ampliação de mais seis hortas comunitárias. Hoje, segundo o coordenador Wilmar Roweder, 40 hortas estão ativas em 22 bairros da cidade. A estimativa é de que 1,6 mil pessoas sejam beneficiadas pela proposta.

Implantada há cerca de seis anos, a iniciativa tem chamado atenção de outras instituições e prefeituras que buscam parceria e informações sobre o assunto. As hortas comunitárias recebem, além de orientações sobre a elaboração dos canteiros e todo o material necessário, as mudas provenientes da estufa próxima ao Presídio Regional, que conta com o trabalho de três apenados.

O cálculo é de que mais de 100 mil mudas tenham sido produzidas na unidade neste ano, que também conta com local experimental para compostagem a partir de esterco bovino, com minhocas; outro a partir de resíduos orgânicos e outro com resíduos de fábrica de celulose de Três Barras. Três toneladas deste material foram destinadas para as hortas comunitárias recentemente.

Técnicas necessárias

O responsável pela germinação das sementes, A.P.M (27), trabalha desde março na função e ensina as técnicas necessárias para que as sementes rendam boas mudas. Para isso, segue o calendário astronômico agrícola, que tem informações com base nas fases da lua e nos meses adequados de plantio para cada hortaliça. Outro diferencial é o uso de sementes importadas, com maior eficácia de germinação e potencial de desenvolvimento. As sementes, conta ele, precisam ser armazenadas em local com temperatura de até 30 graus, por isso são mantidas refrigeradas em épocas muito quentes. Três dias após o plantio já é possível verificar os primeiros sinais da germinação da alface, do repolho e da couve-flor. “Outras sementes como as de abobrinha e beterraba levam mais tempo, cerca de uma semana para a germinação”, conta. A irrigação é uma das preocupações constantes. Em dias de muito calor, é necessário molhar as mudas por até cinco vezes.

Da estufa saem mudas de cinco espécies de alface, repolho, pepino, berinjela, rabanete, couve-flor, brócolis, abobrinha, beterraba, mostarda, cenoura, pimenta, salsinha, manjericão e maracujá. O próprio A.P.M mantém mudas de chás medicinais, usadas em projetos desenvolvidos nos postos de saúde e de plantas alimentícias não convencionais, as “PUNCS”.

Uma vez no ponto certo, as mudas são transferidas por outros dois apenados para uma grande área nos arredores do presídio. A rúcula, por exemplo, precisa de apenas 15 dias para o replantio, enquanto que, para outras hortaliças, é necessário mais tempo.

A produção é destinada para consumo interno do presídio, hospitais, centros de reabilitação, escolas e creches. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural e Abastecimento, Daniel Peach, os pedidos de instalação de hortas comunitárias chegam por meio das associações de moradores dos bairros. “A partir daí a gente faz um cadastro técnico, um estudo para ver a possibilidade de implantação e, depois, fazemos todo o trabalho de limpeza, arado, encanteiramento, além de cercar o local e fornecer água da Samae e as mudas”, explica.

Nova horta

Uma das hortas em fase de implantação fica entre as Ruas Anna Muller Enke e Luciano Zapella, no Rau (à direita). No terreno da prefeitura, o espaço foi cercado e dividido em 24 canteiros, um para cada família cadastrada. O coordenador e morador da localidade, Rudimar Gaedtke, recebeu pedras hoje e prepara o local que logo estará produzindo hortaliças.