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Entenda

Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactose, especialista explica a diferença

Nutricionista Adriana Stavro, explica os dois casos

• Atualizado

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

O leite é considerado um alimento essencial para crianças e um complemento importante na dieta dos adultos. No entanto, em alguns casos, o seu consumo está associado a reações adversas, como alergia às proteínas do leite e intolerância à lactose. Esses fatores destacam-se como razões primárias para limitar ou evitar o consumo de laticínios em determinados indivíduos.

A nutricionista Adriana Stavro, explica a diferença entre os dois casos. Confira.

O que é lactose?

A lactose é o principal carboidrato presente no leite de mamíferos e é classificada como um dissacarídeo, o que significa que é composta por duas moléculas simples de açúcar: glicose e galactose. A quebra desse açúcar duplo (dissacarídeo) é realizada pela enzima lactase, produzida principalmente nas células da mucosa do intestino delgado. No entanto, se a enzima lactase não estiver presente em quantidade suficiente no intestino, a lactose ingerida permanece intacta no intestino grosso, resultando em sintomas desconfortáveis como cólicas abdominais, náuseas, distensão abdominal e diarreia.

O que é intolerância à lactose?

Existem três tipos de intolerância à lactose

  1. Deficiência Lactase congênita (DLC): uma doença autossômica recessiva extremamente rara, caracterizada por atividade enzimática ausente ou reduzida desde o nascimento.
  2. Intolerância Primária à Lactose: uma condição comum, resultante de uma alteração no desenvolvimento da expressão do gene da lactase.
  3. Deficiência Secundária de Lactase: uma condição transitória decorrente de lesão intestinal causada por várias doenças, como infecções, doença celíaca, supercrescimento bacteriano do intestino delgado, doença de Crohn ou enterite induzida por radiação/quimioterapia.

Em resumo, a Intolerância à lactose significa a incapacidade do organismo de absorver o açúcar natural do leite (lactose) devido à produção insuficiente da enzima lactase. A função dessa enzima é quebrar a lactose em glicose e galactose, permitindo que sejam absorvidas adequadamente no intestino delgado.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam evitar laticínios?

Não necessariamente. É preciso evitar a ingestão de lactose, não de laticínios em geral. Nem todos os produtos lácteos contêm lactose. Alimentos como queijos envelhecidos podem ser naturalmente isentos de lactose e geralmente são bem tolerados por pessoas com formas mais leves de intolerância. Outra opção é escolher alimentos sem lactose, nos quais enzimas lactase são adicionadas durante o processamento, como no caso de leites e derivados sem lactose.

Alergia a proteína ao leite de vaca (APLV)

Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) pode ser definida como uma reação imunológica adversa a uma ou mais proteínas do leite, como caseína, β-lactoglobulina e α-lactalbumina. Essa reação envolve imunoglobulina E (IgE), linfócitos T ou ambos. Os sintomas alérgicos podem incluir problemas na pele, como erupção cutânea, urticária, pele seca, escamosa ou com coceira, no sistema digestivo (diarreia, vômito, constipação e refluxo) e no sistema respiratório (respiração ruidosa, tosse e coriza). A APLV geralmente se manifesta antes do primeiro aniversário do bebê

Resumo:

A intolerância à lactose ocorre devido à deficiência da enzima lactase, responsável por quebrar a lactose. Alergia às Proteínas do Leite de Vaca é desencadeada por uma reação do sistema imunológico às proteínas presentes no leite, resultando em sintomas como urticária, inchaço e, em casos mais graves, anafilaxia. Além disso, algumas pessoas podem manifestar sintomas gastrointestinais, como vômitos e diarreia. O leite de vaca possui mais de 20 proteínas, mas as principais responsáveis por desencadear alergias são a caseína, a alfa-lactoalbumina, a beta-lactoglobulina e o soro do leite.

Nutricionista

Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo
Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School
Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.
Instagram – @adrianastavronutri – Mais informações https://lattes.cnpq.br/

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