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Interrogatório

Secretário de Lages admite ter recebido dinheiro de empresa investigada na Mensageiro

Agente público afirmou que a denúncia apresentada contra ele tem partes inverídicas e outras exageradas

• Atualizado

Carolina Sott

Por Carolina Sott

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Eroni Delfes Rodrigues, ex-secretário de Serviços Públicos e Meio Ambiente de Lages, que está preso e é réu na Operação Mensageiro, admitiu durante seu interrogatório realizado nesta terça-feira (18), ter recebido recursos financeiros da empresa investigada, a Serrana Engenharia, para sua campanha a vereador em 2020. No entanto, ele negou ter recebido propina.

No início do interrogatório, Delfes Rodrigues informou à desembargadora que leu diversas vezes a denúncia apresentada contra ele. De acordo com ele, algumas partes são verdadeiras, outras são inverídicas e algumas foram exageradas.

O ex-secretário afirmou que nunca teve qualquer ligação com a Serrana Engenharia, apontada como a empresa central na operação. Delfes explicou que só teve conhecimento da empresa quando assumiu a Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente em 2017, ao descobrir que ela era responsável pelos serviços de iluminação pública no município.

Delfes afirma que recebeu R$ 70 mil da empresa investigada

De acordo com o relato do ex-secretário, o primeiro pagamento recebido por ele da Serrana foi de R$ 10 mil destinados à sua campanha para vereador em 2020. Antes do encontro em que o dinheiro foi entregue, ele teria recebido uma ligação do “mensageiro”, homem que seria o responsável por transportar propina a agentes públicos e que deu nome à Operação Mensageiro, este que informou que estava em uma farmácia e tinha uma encomenda para lhe entregar.

Ele afirma que foi até o estabelecimento e lá teria questionado a origem do dinheiro, quando o operador da Serrana Engenharia teria respondido que a encomenda havia sido encaminhada em nome do dono da empresa. Afirma ainda que a conversa durou 30 segundos e ele apenas foi verificar o conteúdo do envelope quando retornou e estava em frente de sua casa.

Depois de desistir de sua campanha, o ex-secretário alega ter continuado a receber doações da empresa, totalizando um valor de R$ 70 mil. Delfes afirma que todas as outras entregas, realizadas em cerca de 4 a 5 encontros, foram feitas por meio de envelopes entregues na mesma farmácia ou na mesma rua do mesmo estabelecimento.

“Talvez na época eu estava fazendo um caixa dois”, afirma Delfes

Durante o interrogatório, Eroni Delfes Arruda admitiu que não declarou o dinheiro que recebeu da Serrana Engenharia para ser utilizado em sua campanha. Ele afirmou ao tribunal: “Na época, não considerava isso ilegal, mas agora reconheço que provavelmente estava envolvido em uma prática de caixa dois”.

O ex-secretário também alegou que os recursos recebidos eram destinados à compra de cestas básicas e botijões de gás, que seriam distribuídos para aqueles que necessitavam, especialmente entre potenciais eleitores durante o período pré-eleitoral.

Questionado pelo Ministério Público sobre o motivo pelo qual ele continuou recebendo dinheiro da empresa, mesmo após desistir da campanha, ele explicou que repassou o dinheiro, em parcelas de R$ 4 mil a R$ 5 mil, ao longo de 3 a 4 meses, para outro agente público.

O ex-secretário afirmou que a motivação para essas doações foi o fato de que o referido agente se candidataria a vereador, e o dinheiro serviria para ajudar a cobrir as despesas dele durante o período eleitoral.

Ele ainda afirmou que a empresa nunca exigiu nada em troca quando o ajudou financeiramente em sua campanha. Segundo suas palavras, se ele tivesse conhecimento de que a origem dos recursos era ilícita, “Nunca teria pegado o dinheiro e aceitado a ajuda de campanha”.

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