Lula enfrenta maior oposição no Congresso desde o governo Collor
Petista também tem o menor número de apoio consistente na Câmara em 33 anos.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem, em seu 3º mandato, o menor número de apoio consistente na Câmara dos Deputados em 33 anos. Dos 513 congressistas, apenas 140 o apoiam de forma sólida. Além disso, o petista também enfrenta a maior oposição ao Executivo desde o governo Collor, em 1990: 214 parlamentares.
No entanto, Lula tem uma boa margem para reverter o cenário dentro do Congresso Nacional, no chamado apoio condicionado. Ou seja, em caso a caso, ele tem a possibilidade de conseguir votações favoráveis, como já aconteceu antes mesmo da posse, na votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, por exemplo. Veja a tabela a seguir:
A renovação das bancadas na Câmara e no Senado influenciam diretamente no governo que se inicia em 2023. O Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, teve o melhor desempenho nas eleições e será a maior bancada do Congresso Nacional, neste ano. Para a Câmara, a legenda conseguiu eleger 99 deputados federais e se torna a maior bancada da Casa em 24 anos. No Senado, a sigla vai ocupar 14 cadeiras.
Agora, quem preside a Câmara dos Deputados é Arthur Lira (PP-AL), aliado de Jair Bolsonaro (PL) e um dos líderes do Centrão. Para Lula, manter boas relações com o Congresso é fundamental para a governabilidade e, por esse motivo, apoiará a recondução de Lira à liderança da Casa.
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Além disso, para garantir votos de um Congresso de maioria opositora, Lula apostou numa frente ampla. Na Esplanada escolhida pelo petista, é possível perceber a estratégia de atrair a ala mais ao centro da política. Dos 37 ministros, dois são do União Brasil, três são do PSD e outros três, do MDB.
“A estratégia adotada pelo Lula para governar num cenário de polarização e instabilidade política foi de distribuir os ministérios para os partidos políticos. Com isso, Lula quer agora consolidar a coalizão do seu governo com o Arthur Lira”, explica Tiago Valenciano, cientista político da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).
“A ideia é tentar desarticular um pouco a base de Jair Bolsonaro, que é a que ele tinha na Câmara dos Deputados, e converter essa base para si. E como ele vai fazer isso? Negociando a eleição da mesa diretora”, afirmou Valenciano,
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