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Pandemia impulsiona os modelos híbridos de trabalho

Com a produtividade no home office em alta, muitas empresas de SC já decretaram um modelo de trabalho que permite ao colaborador trabalhar presencialmente e à distância.

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Redação

Por Redação

Home Office. Foto: Nappy.
Home Office. Foto: Nappy.

2020 foi o ano das disrupções no mercado de trabalho: com a imposição do isolamento social, as empresas precisaram aprender a fazer negócios à distância, trabalhar remotamente, gerir times, metas e resultados com os colaboradores em casa. Mas o que parecia impossível se mostrou não só possível como também vantajoso. Segundo uma pesquisa da startup Pulses, que tem soluções de clima organizacional medidas de forma contínua, 80% dos respondentes estão gostando muito do novo formato de trabalho e 85% estão se sentindo mais produtivos em home office.

Com esse resultado positivo, muitas empresas de Santa Catarina já estão anunciando que, mesmo com o fim da pandemia, o trabalho remoto deve continuar – mas em um modelo híbrido, que mescla dias de home office com dias no escritório. Para Renato Navas, Head de People Science da Pulses, o novo formato pode ser uma boa aposta, mas é importante que a organização faça testes, experimente e entenda o que faz mais sentido para os colaboradores. “Primeiramente, é importante compreender a natureza do trabalho para definir o melhor modelo. Temos observado que para funções que exijam mais trocas, brainstorm e etc, o modelo presencial parece mais funcional. Já para trabalhos mais operacionais de escritório, o home office dá conta. Antes de estabelecer uma nova política, é preciso entender que existem muitas variáveis no meio do caminho, como a idade das pessoas, o grau de domínio da tecnologia, a disponibilidade de recursos, etc. Por isso é importante avaliar com calma e com dados o que faz sentido para a empresa, sempre ouvindo a opinião do colaborador sobre o que é importante para ele”, destaca.

Foi com essa estratégia que a Softplan, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil, decretou o modelo híbrido para seus quase 2 mil funcionários. A decisão veio depois da realização de estudos de mercado, benchmarking com outras empresas e, principalmente, após uma pesquisa feita com os Softplayers (como são chamados os colaboradores) para entender como eles estavam se sentindo a respeito de uma continuidade do home office em um cenário seguro, pós-pandemia. No levantamento, 83% responderam que gostariam de trabalhar de 3 a 5 dias de forma remota, e 59% responderam que gostariam de ir ao escritório pelo menos uma vez na semana.

“Nós buscamos um modelo que contemple ao mesmo tempo autonomia e responsabilidade.  Acreditamos que o trabalho remoto é mais do que o home office, é onde você se sente feliz e produtivo. É confiar que as pessoas estão engajadas e que estão realizando seu trabalho de onde quer que elas estejam. Por isso, para 2021 adotamos o mindset ‘remote first’, com rotinas, planejamento e um equilíbrio ainda maior entre vida profissional e pessoal”, conta Tatiana Back, Business Partner do Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan.

Pessoas em primeiro lugar

Na WK Sistemas, empresa de Blumenau referência em softwares de gestão empresarial (ERP), foi o foco no colaborador que fez o modelo híbrido ser uma realidade. Apesar de ter sido a primeira vez que o trabalho remoto foi implementado na organização, a equipe conseguiu se adaptar bem à novidade, mantendo a produtividade e a conexão com o resto do time, e inclusive conseguiu bater as metas de 2020. “Na WK as pessoas sempre foram e sempre vão ser o centro das nossas decisões. Nós queremos possibilitar que cada um, baseado nas suas necessidades pessoais e especificidades das suas condições, possa fazer a melhor escolha sobre como quer trabalhar. Queremos criar um ambiente de trabalho amistoso, flexível, voltado à inovação, criatividade e obtenção de resultados”, destaca Cláudia Rutzen, diretora administrativa da WK. 

Colocar o bem-estar das pessoas que trabalham na empresa como prioridade também fez a Involves, empresa que desenvolve soluções para gestão de trade marketing, reestruturar o modelo de trabalho e benefícios oferecidos. A Chief People Officer da empresa, Thuany Schutz, explica que, desde o início da pandemia, a Involves adotou o trabalho remoto e adaptou a experiência para a nova realidade. “Quando iniciamos o home office, reorganizamos nossos benefícios e atividades presenciais para o mundo virtual. Além disso, temos conversas periódicas com o time para entender o que faz sentido e o que pode ser alterado”, conta Thuany. Com base nas trocas com a equipe e nas tendências de modelo de trabalho aceleradas pela pandemia, a Involves começou o ano com uma nova experiência, focada em mais flexibilidade, liberdade e poder de escolha para as equipes. A empresa adotou o conceito de “trabalhe de onde quiser”, em que colaboradores poderão trabalhar de qualquer lugar e utilizar os escritórios quando considerarem necessário em um formato parecido com coworking, em que acontece o agendamento para uso das estações de trabalho.  Os benefícios também foram revistos, com adoção de um cartão de benefícios flexível e a criação de um benefício para lazer e bem-estar.

Escritórios se tornam espaços de coworking 

Na fintech Asaas, que oferece uma plataforma completa de gestão de cobranças, pagamentos e antecipação de recebíveis, o modelo híbrido também foi uma solução para o crescimento da empresa, que aumentou o número de funcionários de 104 em 2019 para 186 em 2020 – e permanece contratando. Para atender ao novo cenário, a sede da startup, em Joinville (SC), está passando por uma reformulação. “Serão 198 estações de trabalho que os times poderão usar como coworking. Quem preferir, poderá permanecer em home office com os notebooks, cadeiras e demais equipamentos oferecidos pela empresa”, explica Pâmela Lisboa, gestora de Pessoas e Cultura no Asaas. Para os contratados remotamente de outras cidades e estados, a fintech buscará parcerias com coworkings locais. Nesse processo, o Asaas também investiu em mudanças culturais na busca do bem-estar dos colaboradores, como a incorporação de uma plataforma de gestão de pessoas e a adequação de processos para o modelo remoto. 

A proposta da Kyte, startup global que oferece uma plataforma mobile de vendas e gestão para pequenos negócios, foi parecida. A empresa deixou o escritório logo no início da pandemia, adotando um modelo totalmente remoto. “Ajudamos os funcionários a criarem um espaço para trabalhar em casa, oferecendo equipamentos, auxílio home office e vale bem-estar. Também flexibilizamos horários e implementamos novas rotinas de comunicação, inclusive um happy hour online para manter a integração”, comenta o CEO, Guilherme Hernandez. 

Nos últimos meses, no entanto, a gestão percebeu a necessidade de criar alguns espaços de trabalho alternativos para os colaboradores. “Notamos que algumas pessoas estão com mais dificuldade de se concentrar em casa ou, de vez em quando, precisam de um lugar silencioso. Sem contar os impactos de se trabalhar todos os dias no mesmo ambiente de descanso. Então resolvemos fazer parcerias com alguns espaços de coworking nas cidades onde temos mais colaboradores e, em outros casos, oferecer uma verba para isso”, explicou o CEO da Kyte. 

Pandemia acelerou a cultura de empresa remota

A GeekHunter, especializada no recrutamento de profissionais de tecnologia, já vinha ampliando seu formato de contratação com as primeiras vagas totalmente remotas mesmo antes da pandemia. A startup acreditava neste novo modelo de trabalho como uma forte tendência, principalmente entre as empresas de tecnologia, e dava os primeiros passos na construção de uma cultura de trabalho à distância.  

Mas, foi com a pandemia e o distanciamento social que o processo acelerou e o que era para acontecer de forma gradual, acabou seguindo uma postura de mudança repentina. Em 2021, a empresa adotou oficialmente três modalidades de trabalho a escolha do colaborador: presencial, com no mínimo quatro dias de trabalho no escritório, híbrido, que exige dois dias por semana presencialmente, e totalmente remoto.

Tomás Ferrari, CEO e fundador da Geek, explica que a contratação remota é algo estratégico para muitas companhias, pois possibilita atrair mais talentos, que podem estar em qualquer lugar do mundo, além de formar um time de pessoas mais preparadas para o futuro do trabalho, flexível e inovador. “Queremos fomentar essa cultura para que mais empresas, assim como nossos clientes, entendam que esta é uma boa prática. Além de ajudar a ter acesso a mais profissionais, os novos modelos de trabalho fazem com que possamos atender melhor às necessidades de nossos colaboradores”.


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