Saiba porque acidentes entre aviões e capivaras são mais comuns no Brasil
A capivara fica atrás apenas de outros três animais, que são aves: o urubu de cabeça preta, a seriema e a fragata
• Atualizado

As capivaras estão na quarta posição de animais mais suscetíveis a acidentes com aviões, segundo dados do Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna, produzido pela Secretaria Nacional de Aviação Civil e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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“A capivara é uma espécie nativa e altamente adaptável. Ela se concentra em áreas com água e vegetação abundante — que por muitas vezes são próximas a aeroportos”, disse Raquel Rocha, coordenadora de Segurança Operacional e Carga do Ministério de Portos e Aeroportos.
A capivara fica atrás apenas de outros três animais, que são aves: o urubu de cabeça preta, a seriema e a fragata. E apesar da colisão não ser recorrente, quando ocorre pode gerar grandes danos às aeronaves, já que a capivara é um roedor grande que pode pesar cerca de 90kg e anda sempre em grupos de seis a 20 animais, oferencendo grande risco para a aviação.
Apenas em 2025, sete casos de colisões entre aviões e capivaras foram registrados em aeroportos brasileiros, como no Rio de Janeiro, Rio Branco (AC), Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Quais as consequências de uma colisão?
Por mais que os animais não sejam de grande porte, eles podem causar impactos diretos na aeronave e também na rede aérea.
“Tem todo um trabalho de limpeza da aeronave, se ela vai ficar parada ou a limpeza será fora da pista, o que gera um impacto em toda a rede aérea que está naquele local no aeroporto”, afirmou José Pedro Francisconi Jr, mestre de Engenharia de Transportes da UFSC.
O projeto de identificação começou em 2022, com 42 aeroportos participantes e três centros de pesquisa. Em pouco tempo, o Brasil já se tornou referência internacional na identificação de espécies que colidem com aviões por meio de análise de DNA, com mais de 69% das amostras já identificadas.
Com essa identificação é possível entender o motivo pelo qual as espécies procuram aquele espaço para também planejar medidas de prevenção contra acidentes.
“Toda vez que tem uma colisão e gera uma carcaça, essa carcaça tem que ser limpa, os vestígios de sangue também, porque isso pode ser um atrativo para animais como urubus e carcarás, que são necrófagos, então eles acabam se alimentando de material em decomposição”, explicou André Akira, doutorando de Biologia da UFSC.
O estudo
Além das 68 espécies elencadas no guia, o estudo também criou uma plataforma onde foram reunidas medidas de mitigação que devem ser tomadas por aeroportos para reduzir a presença destes animais.
Cada aeroporto vai ter uma característica específica, tanto pelas espécies que compõe o ecossistema, quanto pela cidade de cada aeroporto. Por exemplo: Florianópolis vai ser um aeroporto muito distinto do de Congonhas, o que leva a ter medidas específicas para cada um deles.
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