Tempo Compartilhar
Corpo Vulnerável

Qual o limite máximo de sensação térmica para o corpo humano?

A sensação térmica, ou índice de calor, não é apenas a temperatura medida pelos termômetros

• Atualizado

Tamiris Flores

Por Tamiris Flores

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma forte onda de calor atinge o Brasil e deve continuar até sexta-feira (21), afetando principalmente as regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sul. De acordo com a Climatempo, a sensação térmica pode chegar a 70ºC em algumas áreas, aumentando os riscos à saúde da população.

Até que ponto o corpo humano suporta o calor extremo?

A sensação térmica, ou índice de calor, não é apenas a temperatura medida pelos termômetros. Esse valor leva em conta a umidade relativa do ar, que influencia diretamente na forma como nosso corpo sente e reage ao calor. O grande problema ocorre quando o calor e a umidade chegam a um nível que impede a evaporação do suor, principal mecanismo de resfriamento do corpo.

Pesquisas indicam que o limite teórico da sobrevivência humana seria uma temperatura de bulbo úmido de 35ºC. A temperatura de bulbo úmido é uma medição que leva em consideração a umidade do ar, representando a temperatura que o corpo sente ao tentar evaporar o suor para se resfriar. Isso significa que, mesmo uma pessoa jovem e saudável, exposta a essa condição por seis horas, pode sofrer insolação, falência de órgãos e até morte. Esse nível crítico foi registrado poucas vezes, principalmente no Sul da Ásia e no Golfo Pérsico, e nunca por mais de duas horas.

Estudos recentes da Penn State University indicam que o corpo humano pode começar a falhar com temperaturas ainda menores do que o esperado. Em testes com voluntários jovens e saudáveis, cientistas descobriram que o limite crítico ocorre quando a temperatura de bulbo úmido atinge cerca de 31ºC em ambientes com alta umidade. Isso equivale a 31°C com 100% de umidade ou 38°C com 60% de umidade.

Acima desses valores, a temperatura corporal começa a subir de forma descontrolada, elevando os riscos de insolação e exaustão térmica. Se o corpo não consegue se resfriar, o coração trabalha mais para manter a circulação, enquanto a desidratação se intensifica. Em casos extremos, pode ocorrer um choque térmico, que exige resfriamento imediato e atendimento médico urgente.

Mesmo antes de atingir esses limites, ondas de calor já provocam milhares de mortes ao redor do mundo. Em 2022, mais de 61 mil pessoas morreram na Europa devido às temperaturas elevadas. A resistência ao calor varia entre indivíduos, mas idosos, crianças e trabalhadores expostos ao sol são os mais vulneráveis.

Com o avanço das mudanças climáticas, cientistas alertam que as ondas de calor podem se tornar mais frequentes e intensas. Modelos climáticos indicam que, se o planeta aquecer 2,5ºC acima dos níveis pré-industriais, algumas regiões poderão enfrentar regularmente temperaturas de bulbo úmido superiores a 35ºC, tornando-as inabitáveis.

Em julho de 2023, a cidade de Asaluyeh, no Irã, registrou uma temperatura de bulbo úmido de 33,7°C e uma sensação térmica de 66,7°C. Índia e Paquistão também enfrentaram níveis alarmantes nos últimos anos.

*Com informações de MetSul

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no BlueSkyInstagramThreadsTwitter e Facebook.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.