Nuvem de fumaça da Amazônia avança para o Sul do Brasil e afeta cidades
O número de focos de calor em julho de 2024, 11.434, está muito acima da média histórica mensal
• Atualizado
Uma grande nuvem de fumaça, que começou na região amazônica e na Bolívia, está se movendo em direção ao Sul do Brasil. Ela já alcançou o Rio Grande do Sul e a região do Prata, e agora está se espalhando para o Leste, atingindo a província de Buenos Aires.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia registrou 625 focos de calor apenas no primeiro dia de agosto. No Pantanal, foram 241 focos de calor no mesmo período. Julho deste ano foi o pior mês de queimadas na Amazônia em 20 anos, com 11.434 focos de calor identificados. Esse é o maior número de focos de calor para julho desde 2005, quando foram registrados 1.934 focos. Este é o primeiro julho desde 2005 a terminar com mais de 10 mil focos de calor na Amazônia.
O número de focos de calor em julho de 2024, 11.434, está muito acima da média histórica mensal de 6.164. No ano passado, julho terminou com 5.772 focos. O aumento das queimadas está especialmente ligado ao estado do Amazonas, que teve 4.241 focos em julho, o maior número registrado para esse mês desde o início da série histórica. Isso supera o recorde de julho de 2020, que teve 2.119 focos.
A média histórica de focos de calor para julho no Amazonas é de 757, então o mês passado teve 560% a mais do que a média. Entre 2019 e 2024, todos os recordes mensais de fogo no Amazonas ocorreram durante a temporada de março a outubro, especialmente no Sul do estado, onde há um aumento do desmatamento e do uso do fogo.
O Pantanal também sofreu com queimadas intensas em julho, com 1.218 focos de calor, bem acima da média histórica de 441. Apenas dois outros meses de julho tiveram números piores: 2005 com 1.259 focos e 2020 com 1.684. A fumaça tem causado alterações visíveis, como um pôr do sol mais colorido devido ao material particulado na atmosfera.
Nuvem de fumaça
Esse fluxo de fumaça é transportado por um jato de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, vindo da Bolívia e alcançando as latitudes médias da América do Sul.
*Com informações do Metsul Meteorologia
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO