Estudo mostra que um terço das pistas de pouso na Amazônia são ilegais
Nos últimos 10 anos, a expansão da área de garimpo em Terras Indígenas foi de 625%
• Atualizado
Um estudo inédito realizado pelo MapBiomas identificou a presença de 2.869 pistas de pouso dentro da Amazônia. O número é maior que o dobro de pistas registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), enquanto 804 delas (ou 28%) estão dentro de alguma área protegida, representando atividades ilegais.
Segundo os dados, também foram detectadas pistas de pouso em Terras Indígenas e no interior de Unidades de Conservação, sendo que grande parte fica até 5 km de distância de grupos de garimpo. Os territórios Yanomami (75), Raposa Serra do Sol (58), Kayapó (26), Munduruku (21) e o Parque do Xingu (21) lideram o ranking de pistas.
“Há um problema logístico intrínseco ao garimpo, em especial dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, onde não há grandes rotas de acesso terrestre ou fluvial. Isso exige o acesso aéreo para abastecimento do garimpo e escoamento da produção ilegal. Seja por helicópteros ou aviões de pequeno porte, grande parte da produção garimpeira amazônica é feita por via aérea”, explica Cesar Diniz, integrante do MapBiomas.
Nos últimos 10 anos, a expansão da área de garimpo em Terras Indígenas foi de 625%, saltando de pouco mais de 3 mil hectares em 2011, para mais de 19 mil hectares em 2021. O mesmo aconteceu nas Unidades de Conservação, que registraram uma expansão de 352%, saltando de 20 mil hectares para 60 mil hectares.
No geral, ao menos 12% (23 mil hectares) da área de garimpo do Brasil é ilegal, uma vez que encontra-se em áreas protegidas, onde as atividades são proibidas. Para se ter ideia, a extensão registrada equivale à área de uma capital como Recife, em Pernambuco.
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