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Ataque de tubarões em Santa Catarina? Veja a avaliação de especialista

Aparecimento de tubarões em Balneário Camboriú vem atraindo curiosidade do público

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Reprodução/ SCC SBT
Foto: Reprodução/ SCC SBT

Em um mês há relatos de pelo menos três tubarões terem sido avistados na praia central de Balneário Camboriú: em 16 de setembro um da espécie martelo foi filmado perto do molhe da Barra Sul. Na última semana um surfista alega que um tubarão pequeno bateu em suas pernas e em outro vídeo mostra o que seria um tubarão azul encalhado na praia e um banhista o puxa de volta para o mar. No caso do surfista não há imagens e esse último não há nada que realmente prove que o local em questão é BC.

De qualquer forma essas situações geraram grande repercussão, até mesmo nacional, pois os tubarões despertam uma curiosidade enorme no público: “Não podemos esquecer que durante os anos 70 os tubarões eram um ícone de ataque às pessoas com o filme Tubarão (JAWS), isso nos deixa com um sentimento de medo para um grupo de espécies sobre as quais sabemos pouco, os tubarões-brancos. Muito longe da realidade”, explica Federico Argemi, biólogo do Oceanic Aquarium e que por muitos anos trabalhou no Zoológio e Aquário Temaiken, na Argentina, e é membro da ALPZA – Associação Latino-Americana de Parques, Zoológicos e Aquários.

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André Neto, biólogo marinho e responsável técnico do Oceanic Aquarium, com mais de 20 anos de experiência, esclarece que o trabalho de alargamento da faixa de areia na praia central da cidade, influencia física, química e biologicamente o ambiente, mas que é um processo natural: “Com a dragagem de areia do fundo oceânico, há o afloramento e exposição de espécies que vivem no fundo mar, ativando ainda mais o processo da cadeia alimentar. Seres marinhos como crustáceos, moluscos e pequenos peixes se tornam presas fáceis para peixes maiores e, estes peixes maiores atraem outros ainda maiores que é o caso dos tubarões. Portanto, apesar do incentivo causado pela dragagem da areia, o processo de cadeia alimentar é natural”.

“É preciso esclarecer esses aparecimentos e levar a informação correta para que as pessoas não fiquem com medo. São muitas espécies de tubarões que vivem no litoral sul do Brasil, entre elas o tubarão Martelo, Azul e Mangona. Não são as mesmas que ocorrem, por exemplo, no nordeste brasileiro. Lá é mais comum encontrar tubarões tigre e tubarões cabeça-chata. Portanto as chances de acidentes graves com tubarões aqui na região é praticamente zero”, avalia o biólogo.

Em todo histórico de ‘ataques’ de tubarão no Brasil, inclusive pela International Shark Attack File (ISAF), o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, não há nenhum registro em todo litoral Sul do Brasil. Levar uma mordida de um tubarão em uma das praias do sul do país seria algo inédito na história.

Não se sabe se o ecossistema marinho costeiro local irá se tornar mais rico em vida com o alargamento da praia ou se voltará ao estágio normal de atividades e interações biológicas. No entanto, especialistas do Oceanic Aquarium avaliam que se houver uma abundância maior de seres vivos, melhor será para o desenvolvimento deste ecossistema, além de ajudar na economia local com a pesca artesanal.

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