Fecoagro busca soluções para operações no Porto de São Francisco do Sul até 2025
Congestionamento de navios e atrasos preocupam o setor de fertilizantes, que busca alternativas para a próxima safra
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O congestionamento no Porto de São Francisco do Sul é motivo de preocupação entre as empresas importadoras de fertilizantes em Santa Catarina, o atraso no descarregamento traz riscos de não atender as necessidades da agricultura do estado nos prazos técnicos para o plantio.
A demora na atracação dos navios compromete o abastecimento dos insumos essenciais para o plantio agrícola no estado. Além disso, os custos adicionais com estadias prolongadas no porto elevam o preço final para os produtores.
Em meio ao cenário de preocupações com esses atrasos na entrega de fertilizantes e o aumento de custos logísticos, a direção da Fecoagro, representada pelo presidente Arno Pandolfo, o diretor executivo Ivan Ramos e o gerente da indústria de fertilizantes, Gutierri Raup, se reuniu com o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Elias Vieira. O encontro teve como objetivo discutir os planos de investimentos e melhorias para o terminal portuário, buscando soluções para os problemas que afetaram o setor de fertilizantes ao longo desse ano.
Impactos no setor de fertilizantes
Devido ao congestionamento de navios no terminal, o setor de fertilizantes foi prejudicado com atrasos nas entregas e aumento nos custos operacionais, como a demurragem (taxa paga por atrasos na desatracação) e o transbordo rodoviário.
A Fecoagro precisou desviar navios para os portos de Imbituba e Paranaguá, transportando os adubos por terra até São Francisco do Sul, em um esforço para manter as entregas em dia aos agricultores. Os diversos tipos de cultivo precisam ter a aplicação no período correto para garantir a boa produção e ainda os custos e lucros para o produtor, sem contar a interferência do preço para o consumidor final.
Preocupação com o futuro
Durante a reunião, a Fecoagro entregou um ofício à direção do porto, expressando preocupações com os impactos que essa situação pode gerar na próxima safra. A entidade quer saber se haverá investimentos a curto prazo para evitar que os mesmos problemas se repitam em 2025. Caso contrário, a cooperativa estuda reprogramar suas operações para outros portos.
Prejuízos acumulados
Nos últimos quatro anos, o acúmulo do prejuízo chegou aos R$ 45 milhões em demurragem devido aos atrasos dos navios. Além disso, em 2023, a compra de matéria-prima foi realizada principalmente no mercado interno, a preços mais altos, para garantir um planejamento mínimo nos custos dos fertilizantes. Agora, a cooperativa avalia a possibilidade de investir em operações no Rio Grande do Sul, onde portos menos congestionados poderiam ser uma alternativa para garantir o abastecimento.
Investimentos e melhorias previstas
O presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, informou que, “a curto prazo, estão previstas a dragagem e a melhoria de um dos terminais, o que deve aliviar parcialmente o problema de atracação de navios”, explica. “A médio prazo, pode ocorrer a ampliação de um cais, o que permitiria a atracação de mais um navio. Já a longo prazo, existe a previsão da construção de um novo terminal, mas isso depende de projetos, licenças ambientais e concessões”, destaca Vieira.
Planejamento da Fecoagro
Diante da expectativa de poucas melhorias no porto para o próximo ano, a Fecoagro planeja uma reunião com as cooperativas no próximo dia 15 de outubro. O encontro deve definir como será o planejamento das importações de matéria-prima para a produção de fertilizantes, visando evitar prejuízos e garantir o abastecimento das cooperativas associadas.
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