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Interceptação

FAB intercepta avião na região da terra indígena Yanomami

A aeronave foi apreendida, mas o piloto não foi encontrado

• Atualizado

Estadão Conteúdo

Por Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução/X
Foto: Reprodução/X

A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou um avião de pequeno porte que sobrevoava sem autorização a Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida), na região da terra indígena Yanomami, em Roraima. A aeronave, um Cessna 182, foi classificada como suspeita e descumpriu ordem para mudança de rota. A defesa antiaérea disparou o “Tiro de Aviso” e o piloto acabou pousando em uma pista de terra. Ele fugiu.

O caso aconteceu na manhã dessa segunda-feira, 29, a 110 quilômetros a oeste de Boa Vista. O avião, suspeito de tráfego ilícito na região, passou a ser monitorado pela FAB e pela Polícia Federal (PF). Três aviões da força aérea participaram da missão.

Durante o acompanhamento, a força aérea deu ordem para que o Cessna pousasse, mas ela foi ignorada. “Após descumprimento das ordens do piloto da FAB, foi necessário que a defesa aérea realizasse o Tiro de Aviso (TAV). Nesse momento, a aeronave fez um pouso em uma pista de terra”, informou a FAB.

Um helicóptero com militares do Grupamento de Segurança e Defesa da Base Aérea de Boa Vista (GSD-BV) e com agentes da PF foi até o local. A aeronave foi apreendida, mas o piloto não foi encontrado.

A Zida foi criada por decreto presidencial no final de janeiro do ano passado, com o intuito de aumentar o combate ao garimpo ilegal na terra indígena Yanomami. A região é dividida em três partes: uma área reservada (Branca); uma área restrita (Amarela); e uma área proibida (Vermelha).

Terra Yanomami é alvo de garimpo ilegal

O Cessna interceptado na manhã desta segunda-feira sobrevoava uma região que é alvo de garimpeiros. Em janeiro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou emergência em saúde na região devido ao avanço da malária e da violência. Mas, passado um ano, lideranças indígenas ainda reclamam de problemas nas operações de combate ao crimes ambientais e da insuficiência do poder público, sobretudo das Forças Armadas.

No ano passado, 308 indígenas morreram no território, número apenas 10% menor do que os 343 vitimados em 2022. A exposição à criminalidade ameaça o trabalho de profissionais de saúde que atendem na região e impede a abertura de postos de saúde, segundo o próprio governo federal.

De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a estrutura é aquém do necessário. A área tem cerca de 9,6 milhões de hectares no Amazonas e em Roraima, e faz fronteira com a Venezuela. Para agravar o problema, uma greve dos servidores do Ibama está fazendo com que parte da fiscalização ambiental na área seja prejudicada.

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