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Pioneirismo

1ª Escola Lixo Zero do Brasil fica em São José em SC; saiba mais sobre o projeto

O projeto teve inicio em 2019 durante uma aula de português e o desafio dos alunos era reduzir pelo menos 90% a produção de lixo da escola

• Atualizado

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Divulgação/Redes Sociais.
Foto: Divulgação/Redes Sociais.

Ao invés de lixeiras comuns, a EEB Aldo Câmara da Silva, em São José, possui residuários. Por lá, cerca de 97% do lixo é reciclado e, por isso, a escola recebeu o título de primeira escola lixo zero do país e hoje é inspiração para muitas outras.

O projeto teve inicio em 2019 durante uma aula de português, o desafio deles era reduzir pelo menos 90% a produção de lixo da escola. A coordenadora do projeto, Fabiana Nogueira Mina conta como tudo começou, “Meu objetivo era fazer os alunos argumentarem e para isso, eu trouxe uma temática que era do cotidiano deles: o uso das sacolas plásticas”, comenta.

Em 2020, com a pandemia, o processo passou por uma transformação pedagógica, “Foi um trabalho interdisciplinar, fizemos um concurso para fazer a identidade visual e desde então vemos os alunos cada vez mais envolvidos, transformando o dia a dia de nossa escola”, explica Fabiana.

A EEB Aldo Câmara da Silva possui 610 alunos do 1º ao 9º ano e todos já conhecem a importância do projeto. Tanto que na parede da escola há os dizeres: “Repensar, reduzir, reciclar”, palavras que são o grande lema da unidade escolar.

Foto: Reprodução/SCC -SBT.

Perto do refeitório, há um painel com os dizeres “aqui não tem lixo, tem resíduos”, com diferentes caixas para que os estudantes possam descartar embalagens, papel usado em sala de aula, entre outros, chamado de residuário. Todos os resíduos da escola são doados para uma associação de catadores e o lixo orgânico se transforma em adubo, com o processo de compostagem.

Amanda dos Santos Teixeira, que é ex-aluna e Embaixadora Jovem do projeto, comenta sobre a separação: “Querendo ou não, a gente ajuda o nosso planeta que é a nossa única casa. É muito gratificante ter feito parte deste projeto desde o começo”.

“Hoje a escola não trabalha só a questão cognitiva, não somos um mero repassador de conhecimento. A escola hoje é exemplo de vida”, fala a diretora da escola, Marciléia Izabel Pereira.

Metodologia registrada em livro

O projeto já cruzou o oceano, virou documentário e levou os estudantes até Portugal para falar sobre o projeto. Recentemente, o case da EBB virou o livro “Pedagogia da Autonomia e Escolas Lixo Zero”, de autoria da professora Fabiana, coordenadora do projeto.

A publicação apresenta, em 250 páginas, depoimentos e experiências dos professores, aplicando a pedagogia do educador Paulo Freire ao conceito lixo zero na sociedade contemporânea. O livro sugere práticas e hábitos com a adoção do lixo zero e traz, em detalhes, a transformação social e ecológica que aconteceu na Escola. “O lixo só é lixo porque nós tornamos ele lixo. A embalagem é um produto que pode voltar para a cadeia de produção, e pode ser reintegrado”, conclui Fabiana. O livro foi lançado na Bienal deste ano.

Assista a reportagem:

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