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Caso Jaguar

Defesa pede que réu seja condenado “por estar bêbado, mas não pelo acidente”

Defesa afirma que casos similares foram julgados como homicídio culposo e MP quer que Evanio seja condenado por doloso "por ser rico"

• Atualizado

Redação

Por Redação

Foto: Olga Helena | SCC10
Foto: Olga Helena | SCC10

Após o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pedir pela condenação de Evanio Pestrini por homicídio doloso, quando há intenção de matar, a defesa do réu do Caso Jaguar pediu que ele seja condenado “por estar bêbado, mas não pelo acidente”, durante o julgamento do caso no Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (19).

Segundo a defesa, para esse caso a condenação “certa” seria de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Para defender a tese, o advogado criminalista Roberto Brzezinski Neto, que representa Evanio, afirmou durante o julgamento que em outro acidente, que segundo ele é similar ao Caso Jaguar, o motorista estava embriagado, provocou um acidente que resultou em duas mortes, fugiu do local e foi condenado por homicídio culposo.

Segundo Brzezinski Neto, na interpretação da defesa, o MP pede consequências diferentes para situações idênticas devido à Evanio “ser rico”.

Caso Jaguar: Defesa alega que motorista do Pálio estava cansada

Na sessão do Tribunal do Júri, o advogado José Manoel Soar alegou que a motorista do carro das vítimas estava cansada, não prestou atenção no trânsito e deve ter dormido na direção, ao questionar sobre ela não ter visto o Jaguar indo na direção ao Pálio em uma reta. Ele ainda afirmou que ela que invadiu a pista contrária. Durante a fala, Soar também alegou que o réu não tinha motivo para matar as vítimas pois “como se mata alguém que não se conhece?”.

“O crime não é homicídio é acidente!, disse Soar ao apontar que Evanio pagou mais de R$2 milhões às vítimas. A defesa ainda pediu que Evanio seja perdoado pelo júri, uma vez que “até Deus perdoou”.

A jovem que dirigia o carro no momento do acidente na BR-470 disse em depoimento na sessão do Tribunal do Júri, que somente as amigas, que estavam como passageiras, beberam durante a festa e que a colisão a surpreendeu: “Foi muito rápido, quando a gente viu, já estava em cima. Lembro de puxar o carro para o lado “.

Durante o depoimento, a motorista afirmou que ela e todas as amigas estava usando cinto de segurança. “Amiga não foi minha culpa”, relembra a jovem sobre o que disse no momento do acidente para as amigas que sobreviveram.

Durante sua fala, a defesa ainda questionou o motivo de o bafômetro da motorista do Pálio não ter sido impresso e adicionado ao BO pela Polícia Rodoviária Federal. Já a jovem disse em depoimento que fez o teste do bafômetro acompanhado do pai e que não constatou uso de álcool.

Além disso, os advogados do réu mostraram para o júri um vídeo em que um PRF alega que ambos estavam em velocidade baixa no momento do acidente e ainda questionaram o motivo dos promotores não terem trago algumas testemunhas ao tribunal.

Réplica do MPSC

Na réplica, o promotor Ricardo Paladino disse que a defesa “foi toda equivocada” e que o réu cumprirá somente uma fração da pena. Para os promotores, a defesa de Prestini quer que ele não cumpra a pena ou que pegue uma pena mínima.

Além disso, a acusação reafirmou que o réu apresentou três versões diferentes e que “até o advogado de defesa chorou na frente do júri, mas Evanio não derramou uma lágrima”. Durante a réplica, os promotores explicaram para as juradas que o teste do bafômetro da motorista do Pálio foi realizado em um aparelho novo que não emite comprovante, e como o resultado deu negativo não foi realizado outro com o equipamento que imprime.

“Eu respeito a opinião contrária e eu tenho confiança na nossa tese”, afirmou o promotor Paladino, que reafirmou que o MP pede pela condenação por homicídio doloso, uma vez que “por enquanto Evanio está impedindo de dirigir, se for inocentado vai poder sair daqui dirigindo”.

Vídeo mostra carro fazendo zigue-zague minutos antes da colisão

Um vídeo mostra o momento que o carro de Evanio Prestini faz zigue-zague na pista, minutos antes da colisão que matou duas jovens e deixou outras três feridas, na BR-470, em Gaspar, no ano de 2019.

Veja o vídeo

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