Especialista explica impactos da moderação de conteúdos anunciada pela Meta
Natale destaca a possibilidade de os usuários de redes sociais decidirem se desejam ou não receber recomendações de conteúdos políticos
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A Meta, empresa responsável por plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou recentemente alterações significativas em suas políticas de moderação de conteúdos. As mudanças incluem alterações nos critérios de moderação e flexibilização na publicação de conteúdos preconceituosos.
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Em entrevista para a coluna no SCC Meio Dia, o estrategista digital Marcello Natale explicou que a moderação de conteúdos continuará existindo, mas com ajustes importantes.
“A Meta ainda se compromete a retirar do ar conteúdos sabidamente falsos. No entanto, o que muda é como serão tratados conteúdos como manchetes descontextualizadas ou informações que não são 100% verídicas”, destacou Natale.
As alterações ocorrem em um momento de debate global sobre moderação nas redes sociais, com discussões no Brasil envolvendo o Supremo Tribunal Federal.
Apesar disso, Natale acredita que “as redes sociais são fundamentais não apenas para a política, mas também para o comércio e o relacionamento diário dos brasileiros”.
Por fim, reforça a importância dos usuários verificarem a veracidade das informações que consomem e compartilham, ajudando a combater a desinformação e promovendo o uso consciente das redes sociais.
Na quarta-feira (22), uma audiência pública promovida pela Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, reuniu pesquisadores e representantes de organizações da sociedade civil, que criticaram as novas políticas de moderação destacando principalmente a falta de transparência nos algarismos e os riscos da amplificação das desigualdades. Agência Brasil, Meta, Google, X e TikTok não participaram do encontro.
Na semana passada, em resposta a uma notificação extrajudicial da AGU questionando as mudanças, a Meta informou que defende que as pessoas “possam falar abertamente sobre os assuntos que importam para elas, mesmo que outras pessoas discordem, ou considerem tais assuntos questionáveis”.
Durante a entrevista ao SCC Meio Dia, Natale destacou a possibilidade de os usuários decidirem se desejam ou não receber recomendações de conteúdos políticos em suas redes sociais. A mudança é válida para o Brasil desde a quarta-feira.
Segundo o especialista, agora é possível personalizar as recomendações políticas, bloqueando conteúdos dessa natureza caso o usuário não siga um determinado perfil.
“A partir de agora, com apenas três toques na tela do celular, é possível configurar as preferências para não receber mais conteúdos políticos recomendados”, explico Natale.
Natale também ressaltou que essa decisão é especialmente relevante em um cenário onde redes sociais desempenham papel central na disseminação de informações.
Ao mesmo tempo, em que o usuário passa a ter mais controle sobre os conteúdos políticos que deseja receber, a restrição também implica em resumir a sua possibilidade de diversificar informações.
Em um país no qual mais de 100 milhões de pessoas passam horas conectadas às redes sociais e os discursos de ódio se espalham com velocidade, a falta de lucidez política ainda é o principal inimigo da democracia.
Em meio à discussão sobre as novas políticas da Meta, a regulação das redes deve ser retomada no Supremo Tribunal Federal. O julgamento iniciou em novembro de 2024. Na época, o ministro André Mendonça pediu vista do processo.
Veja como moderar o conteúdo político no seu perfil do Instagram
Clique para ver o seu perfil. Nessa tela, clique no botão superior direito com três riscos (menu sanduíche). Depois, desça a tela até encontrar “Sugestão de Conteúdo”, depois clique em “Conteúdo Político” e depois selecione a opção: Ver mais, Padrão ou Ver menos.
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