Uvesc ouve a lição administrativa de quatro ex-governadores sobre o futuro das cidades

Promovido pela Federação das Câmaras de Vereadores de Santa Catarina (Uvesc), o Encontro Estadual de parlamentares e servidores dos legislativos municipais trouxe um inédito debate com quatro ex-governadores sobre o futuro das cidades catarinenses. Paulo Afonso Vieira (MDB), Raimundo Colombo (PSD), Eduardo Pinho Moreira (MDB) e Carlos Moisés (Republicanos) participaram do encontro com a missão de tratar, entre outros temas, de desburocratização, a relevância do legislativo para as mudanças políticas necessárias para o Estado e o Brasil, bem como a inclusão social na mesa de decisões, a importância da democracia e os mecanismos para que a pauta ideológica não se sobreponha às demandas dos municípios no debate político.

Coube à presidente da Uvesc, vereadora Marcilei Vignatti, fazer a mediação do debate para um auditório Antonieta de Barros, na Assembleia, lotado. Moisés, Moreira, Colombo e Paulo Afonso trataram de conceituar a relevância da vida nos municípios e do papel do legislador. Colombo e Moreira foram prefeitos, respectivamente de Lages e Criciúma. Moisés, coronel do Corpo de Bombeiros Militar, e Paulo Afonso, auditor da Fazenda Estadual, dois servidores de carreira, que se aposentaram no exercício das não viveram a experiência, foram diretamente para o Executivo catarinense.

Exercer o papel de liderança nos municípios exige uma mudança de postura dos administradores municipais, não só no Legislativo.

O grande desafio para as mudanças, para a pressão política, diz respeito à carência de líderes.

Carlos Moisés, ex-governador

A participação popular, um trabalho muito mais próximo do vereador, deve ser incentivado nas Câmaras.

São muitos os desafios de nossas cidades: mobilidade, sustentabilidade, desafios imensos, mas se nós não tivermos políticas inclusivas nós teremos dificuldade de fato. Precisamos incluir a população pobre nas decisões.

Eduardo Pinho Moreira, ex-governador

A origem do poder, que vem do eleitor, sempre deve nortear a atuação parlamentar, que tem o papel de fiscalizar o Executivo e fazer as leis.

Estamos vivendo o ciclo mais longo da democracia, quase 40 anos. Não podemos permitir qualquer ameaça a ela. Se estamos ou estivemos em cargos é porque o povo quis.

Paulo Afonso Vieira, ex-governador

Já Raimundo Colombo, foi questionado sobre o momento de polarização que traz a pauta ideológica para o debate das cidades, desviando o debate da pauta municipal.

A polarização política vai continuar em pauta porque as discussões políticas chegaram no almoço das famílias, mas que é papel do vereador dar voz aos anseios sociais que garantem de fato o desenvolvimento das cidades e de Santa Catarina.

Raimundo Colombo, ex-governador

O incentivo da participação feminina na política, representante da maior parcela da população, é o recado de Marcilei Vignatti (PSB), vereadora de Chapecó no terceiro mandato, por isso frisou o lançamento da campanha “Mais Mulheres na Política”. Marcilei frisou a importância da atividade nos legislativos municipais.

É o vereador que está na linha de frente e é a voz do cidadão, A Uvesc tem esse papel de representatividade e fortalecimento do trabalho das Câmaras.

Marcieli Vignatti, presidente da Uvesc

Avaliação da Alesc e presença de Jorginho Mello

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro De Nadal (MDB), enfatizou o papel da Uvesc, fez um chamamento para que as câmaras se filiem à entidade, além de destacar a atividade do vereador também como agente de pressão política para o debate das pautas urgentes.

É preciso que a base promova o debate, por exemplo, da necessidade de eleições gerais no Brasil, com mandatos de 5 anos. Vejam o quanto o Brasil ganha com isso na economia dos gastos públicos de cada eleição.

Deputado Mauro De Nadal, presidente da Assembleia

Nesta quinta-feira (14), penúltimo dia do encontro, estão previstas as participações do governador Jorginho Mello (PL) e do prefeito Topázio Neto (PSD), de Florianópolis, o anfitrião do evento da Uvesc.

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