A lógica de FHC vale para Topázio: “respondam fora do governo!”
Decisão sobre a exoneração de secretários será ponto crucial
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O prefeito Topázio Neto (PSD) tem a oportunidade de exonerar os secretários Ed Pereira (Turismo, Cultura e Esporte) e Fábio Braga (Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) para que eventuais problemas não contaminem a administração municipal. Os dois secretários municipais, alvos da Operação Presságio, da Polícia Civil, são suspeitos e inocentes até que se prove o contrário, porém não devem se valer do ambiente público para responderem sobre os fatos sobre os quais são investigados, relativos a 2021, durante uma greve da Comcap, por supostos crime ambiental, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A lógica foi inaugurada pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que nunca passou a mão na cabeça de assessor algum, de ministro a servidor, acusado por eventuais irregularidades no exercício da função pública. O suspeito ou acusado deveria se defender fora do governo. Se fosse comprovadamente inocentado, poderia retornar ao cargo, mas a defesa seria feita longe da estrutura estatal.
Topázio mostrou transparência em vir a público, conceder entrevistas às emissoras de TV e rádio ao vivo, em vez da protocolar nota oficial. Mas deve saber que o ano eleitoral exige mais cautela ainda do que já seria normal em qualquer ocasião: exonerar os secretários e que estes façam as respectivas defesas longe do cargo e da prefeitura, sem contaminar a atual gestão, seria uma medida efetiva em função de serem agentes públicos. Fica difícil se prevalecer a proteção política, afinal Ed era cotado para ser um dos vices de Topázio em outubro.
Assista à entrevista de Topázio ao SCC Meio-Dia:
Topázio tem expectativa por ampliar os fatos da Operação Presságio
O prefeito declarou em entrevista ao SCC Meio-Dia que aguarda tomar conhecimentos das acusações para se posicionar, e não afastou a possibilidade de demitir os atuais dois assessores. Na decisão do Judiciário, que concedeu os mandados de busca e apreensão à Polícia Judiciária, há a previsão de afastamento de outros servidores públicos de seus cargos, que Topázio declarou ainda não saber quem são.
Caberia igualmente a Ed e Braga a decisão magnânima de pedirem para sair das secretarias. São suspeitos, nem denunciados ou condenados, terão a oportunidade legal de apresentarem os contra-argumentos da defesa. O mesmo vale para os assessores investigados, que têm cargos em gabinetes de dois vereadores na Câmara da Capital.
À época dos fatos investigados na Operação Presságio – nome dado porque a contratação de uma empresa terceirizada da coleta de lixo teria sido feita antes da greve começar, de acordo com as investigações -, Topázio era vice de Gean Loureiro (União Brasil). Nenhum dos dois é objeto da ação da Polícia Civil. Ed e Braga já foram vereadores, portanto têm uma história política a proteger.
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