Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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O ESG começa em cada um de nós

Sabemos que ESG, sigla para ambiental, social e governança corporativa são práticas que as organizações adotam com objetivo de, entre outros, aumentar seus resultados

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Foto: Freepik/Banco de Imagens
Foto: Freepik/Banco de Imagens

Sabemos que ESG, sigla para ambiental, social e governança corporativa são práticas que as organizações adotam com objetivo de, entre outros, aumentar seus resultados e se tornarem interessantes para os investidores. Assim, pode-se pensar que apenas grandes organizações devem aplicar esse conceito. Não é bem assim.

Se você quiser saber mais sobre ESG leia minhas outras colunas a respeito.

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Nos anos 1970, quando Friedman dizia que as empresas não deveriam ser filantropas, e sim se concentrar em dar o maior lucro possível aos acionistas, ele realmente chacoalhou o mercado com essa afirmação. Passaram-se os anos e outros gurus do mundo dos negócios trouxeram filosofias diferentes e complementares.

E foi em 1994 quando John Elkington lançou o livro que trazia o triple botton line como o tripé que levaria as empresas a sua sustentabilidade que o mundo corporativo chacoalhou novamente. E desde então, a sustentabilidade organizacional tem sido o foco no mundo corporativo.

Nos dias de hoje, à medida que os desafios globais com relação ao meio ambiente, direitos humanos e ética nos negócios se tornam centrais, o conceito de desenvolvimento sustentável, a agenda 2030, sustentabilidade e os ODS estão liderando uma verdadeira revolução. 

Com isso as organizações passaram a reconhecer a necessidade de uma abordagem mais sistêmica e holística, onde o retorno financeiro continua sendo importantíssimo mas também os impactos ambiental e social das atividades da empresa no planeta e na sociedade em que está inserida são muito importantes.

É aí que entra o ESG e suas práticas. E não há duvidas que a empresa que adotar as práticas baseadas em ESG na sua estratégia esta fadada ao sucesso.

Para as organizações, adotar práticas ESG não é apenas uma resposta ao que o mercado está pedindo, mas uma maneira de reconhecer o papel que desempenham na sociedade. Adotar essas práticas pode envolver diminuir a sua pegada ambiental, fazer o descarte correto de resíduos, garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados ou assegurar que as práticas de negócios sejam transparentes e éticas. Quando as empresas adotam práticas baseadas em ESG, elas estão reconhecendo que seu sucesso está ligado a sustentabilidade do planeta e de seus habitantes.

Os desafios enfrentados pelas organizações são imensos, e passam por uma mudança radical de cultura. Mas aí que é que se encontra o pulo do gato, a mudança não pode acontecer somente no cenário organizacional, mas, sim, em cada indivíduo da sociedade.

Uma questão muito importante que não se pode negar é que o ESG começa no indivíduo, pois antes de ser uma prática organizacional, o ESG deve ser encarado como uma filosofia, uma escolha de vida.

Todos os seres humanos estão interconectados, as ações de um indivíduo tem consequências e afeta todos os outros indivíduos no mundo inteiro. Por isso é importante que a mudança de cultura aconteça dentro de cada um de nós primeiro e aí, automaticamente a mudança de cultura acontece na sociedade.

Mas como uma pessoa pode tomar suas decisões de vida baseada nos pilares ESG?

  • Ambientalmente falando, pode optar por consumir produtos sustentáveis, reciclar regularmente, ou mesmo cuidar da sua saúde, fazer exercícios, ir trabalhar de bicicleta.
  • No pilar social, é importante ter tolerância zero com preconceito e discriminação contra qualquer pessoa, apoiar empresas que têm boas práticas de trabalho ou boicotar aquelas que não têm, assim, essa pessoa está demonstrando seu compromisso com padrões sociais justos.
  • No pilar da governança, ao agir de forma ética, cumprir as leis e ao exigir transparência e ética nas organizações com as quais se envolve, o indivíduo está promovendo ações individuais e que ao virarem coletivas viram uma onda de mudança para a sustentabilidade.

Em suma, enquanto o ESG como conceito pode ter começado no mundo corporativo, sua verdadeira força e potencial só serão alcançados quando cada indivíduo reconhecer que o ESG começa em cada um de nós. Através de nossas escolhas diárias, podemos moldar um mundo que não apenas valoriza o lucro, mas também o planeta e as pessoas.

Ao fazermos isso, estaremos contribuindo para um futuro mais justo, próspero e sustentável para todos.

E da próxima vez que falarem de ESG na sua empresa, não esqueça que a verdadeira mudança para uma cultura ESG começa em cada um de nós.

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