Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Guerra na Ucrânia: o que o ESG tem a ver com isso?

Longa vida ao ESG!

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Guerra na Ucrânia. Foto: Reprodução/Governo da Ucrânia | Via: SBT News
Guerra na Ucrânia. Foto: Reprodução/Governo da Ucrânia | Via: SBT News

Nos últimos dias, fomos bombardeados com notícias que ninguém gostaria de ler: a Rússia invadiu e declarou guerra contra a Ucrânia. Embora eu seja totalmente contra qualquer tipo de violência, não vou discorrer sobre os motivos da Rússia ou as questões da Ucrânia. Tampouco tomarei algum lado ou culparei esse ou aquele país ou órgão. Humildemente, deixarei essa análise para os especialistas em política, economia e relações internacionais.

Estava lendo um artigo que foi ao encontro do que estava pensando, e então resolvi trazer aqui uma perspectiva sobre como o ESG é importante e como essas três letrinhas podem mudar o mundo.  

ESG (Environment, Social, Governance), é uma sigla que se refere aos três principais fatores de sustentabilidade e impacto social de uma organização: meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa. Tornou-se uma espécie de selo para empresas e investimentos responsáveis.

Na minha coluna ESG: a sigla que pretende, e pode sim, mudar o mundo, publicada em junho de 2021, falei que uma empresa adotar as práticas ESG significa que está ciente que: 

“os stakeholders (as partes interessadas na organização) estão percebendo a importância de se relacionar, seja como colaborador, como cliente ou investidor, com empresas que não sejam apenas lucrativas, mas que também estejam trabalhando para construir um mundo melhor, garantindo assim a sustentabilidade tanto da organização quanto do planeta.” 

>> Para ler mais clique aqui.

Baseada nisso e sabendo que utilizar práticas ESG é uma demonstração que a empresa se preocupa em tornar o mundo um lugar melhor, mais justo e sustentável, foi com satisfação que li notícias de empresas e países estão impondo sanções à Rússia e às empresas russas. 

Esse tipo de sanção já aconteceu diversas vezes a artistas ou atletas envolvidos em casos de racismo ou assédio ou mesmo durante o apartheid na África do Sul, mas nessa proporção é um caso inédito, com certeza reflexo da mudança de mentalidade promovida pela adoção de práticas ESG. Grandes empresas e fundos de investimento não querem ver seu nome ligado a empresas ou países que estejam envolvidos em escândalos ou guerras como a invasão da Rússia na Ucrânia.  

Notícias correm que companhias petroleiras como a Shell estão saindo do país, de tecnologia como a Apple estão cancelando a venda de produtos, o maior fundo de investimentos do mundo, o Fundo Soberano Norueguês vai sair de investimentos na Rússia, a Disney cancelou lançamento de filmes, a GM não está mais enviando carros, enfim, toda a sorte de organizações estão anunciando a suspensão ou retirada dos investimentos, de fornecimento de mercadorias e de negócios da Rússia. 

Para essas empresas é muito mais importante o bloqueio à Rússia e o fim da guerra, do que o lucro com os negócios. Elas compreenderam o ESG. 

Compreenderam que para além do lucro e do ganhar alguma coisa com isso precisamos pensar nas pessoas, no planeta e nas empresas. Entenderam que uma empresa sem gestão e meio ambiente não consegue produzir mas uma empresa sem pessoas não tem sentido de existir.

E essa é o cerne do ESG. Em que pese pessoas estarem perdendo suas casas e suas vidas, e eu fico muito triste e me solidarizo com elas, confesso que fiquei muito satisfeita com o que essas três letrinhas estão fazendo mundo a fora. 

Longa vida ao ESG!

Referências: TEIXEIRA JR. S. Guerra na ucrânia: a nova fronteira do ESG. RESET. Acesso em: 02 mar de 2022. Disponível em: https://www.capitalreset.com/guerra-na-ucrania-a-nova-fronteira-do-esg/

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