Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Agosto Lilás: violência física contra mulher e o feminicídio

Que acontece unicamente em função do gênero, ou seja, a mulher sofre a agressão apenas por ser mulher

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Foto: Divulgação/Pixabay
Foto: Divulgação/Pixabay

Neste último dia de agosto, do Agosto Lilás, mês de conscientização contra a violência contra as mulheres, vou falar da violência que mais aparece, aquela que machuca fisicamente e mata: a violência física contra a mulher, que acontece unicamente em função do gênero, ou seja, a mulher sofre a agressão apenas por ser mulher.

Já falamos aqui da violência psicológica, moral e sexual. Também existem as violências patrimonial e política, que irei abordar em colunas futuras. Pois são temas muito importantes que tem que ser constantemente lembrados e discutidos, para quem sabe, um dia, deixarem de existir.

A violência contra a mulher as vezes acontece tão sutilmente, que tanto as mulheres quanto as pessoas ao redor dela demoram para se dar conta. Essas agressões dificilmente ocorrem isoladas e podem começar com uma brincadeira de mal gosto, mas quando o ciclo de violência se instala pode culminar com a morte da mulher.

Hoje vamos nos aprofundar sobre a violência física, e a pior delas, o feminicídio.

A violência física é aquela que ofende a integridade física ou a saúde corporal da mulher, em qualquer medida. Eu costumo dizer que é a violência publica, aquela que aparece, que deixa marcas no corpo da mulher e em muitos casos, é através dela que se consegue comprovar mais facilmente a agressão.

São exemplos de violência física, entre outros:

  • Bater
  • Empurrar
  • Morder
  • Machucar
  • Sacudir
  • Causar qualquer ferimento de qualquer natureza
  • MATAR.

Quando a violência ultrapassa todos os limites e acaba tirando a vida da mulher se chama feminicídio.

O feminicídio é quando ocorre o homicídio contra uma mulher, pelo fato dela ser mulher. São considerados feminicídios aqueles crimes que estão envolvidas a violência familiar e doméstica, ou o menosprezo e a discriminação à condição de mulher, e é crime hediondo, conforme prescreve a Lei nº 13.104/2015.

Alguns números dos feminicídios no Brasil e em Santa Catarina:

Em 2021, ocorreram um total de 1.319 feminicídios no país. Em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas.  A taxa de mortalidade por feminicídio no Brasil foi de 1,22 mortes a cada 100 mil mulheres.

Em Santa Catarina, a cada 100 mil mulheres a taxa de mortalidade foi maior: 1,5 por cada 100 mil mulheres. Em 2021, 55 feminicídios aconteceram no estado e somente nos seis primeiros meses de 2022 já ocorreram 31 mortes de mulheres apenas por serem mulheres. Foram 19.702 medidas protetivas requeridas em 2021, e somente nos primeiros seis meses de 2022 foram requeridas quase 13 mil medidas protetivas para mulheres catarinenses.

Existem números e mais números alarmantes da violência física contra as mulheres. Mas hoje em dia esse é um assunto frequentemente discutido na mídia, nas redes sociais, nas escolas, nas famílias e nas rodas de amigos, e, por essa razão, tenho a expectativa de estarmos caminhando para uma diminuição de casos. Pois em 2021 houve uma ligeira diminuição de feminicídios, em diversos estados brasileiros. Esse dado tem que ser examinado com cautela, mas também com esperança.

Eu tenho esperança!

Ainda vou ver esses números despencarem, por conta dos homens que enxergarão as mulheres como seres humanos, que assim como eles têm direito a liberdade de ser e fazer o que quiserem e merecem respeito.

E por conta das mulheres que, logo ao primeiro sinal de agressão, quando as agressões são “apenas” psicológicas ou morais, terão forças para se afastar do agressor. E prestarão atenção nas micro agressões cotidianas dando um basta nos relacionamentos quando estes começam a ser abusivos.

Fontes:

  • FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Relatório Violência contra mulheres em 2021. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/03/violencia-contra-mulher-2021-v5.pdf
  • OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – SANTA CATARINA. Disponível em: https://ovm.alesc.sc.gov.br/

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