Melissa Amaral

Mestre e doutoranda pelo PPGEGC/UFSC. Pesquisadora no grupo CoMovI em Empreendedorismo, ESG, Diversidade nas Organizações e Empoderamento da Mulher.


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Ageísmo. Idadismo. Etarismo.

Essas palavras são usadas para descrever o mesmo tipo de preconceito. Você sabe qual?

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Fonte: maturi.com.br
Fonte: maturi.com.br

Desde que completei 40 anos de idade (e lá se vão quase 9 anos) comecei a refletir sobre “estar envelhecendo”, várias coisas passaram na minha cabeça e em alguns momentos parecia que eu estava com a data do fim já estabelecida, horas contadas.

Conversando com uma amiga sobre o assunto, fiquei até feliz pois ela me contou que estava tendo os mesmos pensamentos apocalípticos que eu tive há uns anos. Durante a conversa trocamos figurinha e nos acalmamos mutuamente.

Mas, será que esses pensamentos não têm razão de ser? Vocês podem estar pensando: Ah Melissa, você não tem nem 50 anos e já está pirando com isso? Sim, pequenos gafanhotos. Eu pirei com isso sim. E acho que tenho razão.

Muito tem se falado no Etarismo, no Ageísmo, no Idadismo etc. Mas o que são esses termos? Os três termos se referem a palavra Ageísmo (ageism) que foi usada pelo americano psiquiatra e gerontólogo Robert Butler, em 1969, designando preconceito de um grupo etário contra outro grupo etário, ou também uma forma de estereotipo e discriminação contra pessoas de acordo com sua idade.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Ageísmo é o preconceito em relação a idade, e acontece quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas de maneira a causar prejuízos, desvantagens e injustiças. 

O Ageísmo se compara ao capacitismo, machismo e racismo, e é uma forma de preconceito direcionada aos jovens, ou a qualquer idade, mas quem mais sofre de Ageísmo são as pessoas acima de 40 anos. Alguns estudos falam em mais de 50 anos também.

Pasmem: segundo o relatório da OMS 1 a cada 2 pessoas tem preconceito contra pessoas mais velhas

Qual a pessoa com mais de 40 anos que nunca escutou: você não acha que está velho para fazer isso? Estas muito velha para mudar de carreira. Com a sua idade chega até ser feio entrar na universidade. Ou aquela micro agressão: nossa você tem 67 anos? Parece que tem 50, é tão bonita (como se uma pessoa de 67 anos tivesse que ser feia, ou como se uma pessoa com a pele enrugada e de cabelo branco não fosse bela).

Pode acontecer em qualquer situação do cotidiano, mas é no mundo corporativo que os efeitos se tornam mais perigosos: ah, temos uma vaga, mas quero pessoas com menos de 30 anos. Ou, para essa promoção este ou aquela já passaram dos 50 então estão fora do páreo.

Eu já escutei muito algumas dessas frases, tanto dirigidas a mim quanto a outras pessoas. E aí?

Em primeiro lugar, o ageísmo tem que ser tratado com seriedade pois pode ser tão prejudicial como as outras formas de preconceito e discriminação.

De acordo com a OMS, o Ageísmo pode interagir com outras formas de estereótipos, preconceitos e discriminações, incluindo o capacitismo, o sexismo e o racismo. Os preconceitos múltiplos somados pioram ainda mais os efeitos do ageísmo sobre a saúde e o bem-estar das pessoas.

Mas que consequências esse tipo de preconceito e discriminação podem causar?

São consequências graves e de longo alcance, mas, entre outras, o ageísmo está associado a menor expectativa de vida, piora na saúde física e mental, além de aumentar o risco de violência e abuso em pessoas idosas. Em pessoas mais jovens pode reduzir o compromisso com a empresa em que trabalham.

Algumas estratégias para diminuir o ageísmo:

– Políticas públicas;

– Conscientização, informação e mudança cultural;

– Fomento a interação entre gerações tanto dentro das empresas como na sociedade de um modo geral;

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