Institutos de meteorologia erram na previsão e produtores ficam entre a dúvida e a enxada!
Paulo Sentelhas, especialista em meteorologia aplicada na agricultura da Esalq/USP, explica o momento crítico vivido pelo produtor catarinense.
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Conversei nesta segunda (9) pela manhã com o professor Paulo Sentelhas, especialista em meteorologia aplicada na agricultura da Esalq/USP, sobre o momento crítico vivido pelo produtor catarinense com a estiagem. Na prosa, através de aplicativo, Dr. Paulo me disse que os modelos meteorológicos têm apresentado falhas, principalmente quando foca em períodos maiores de monitoramento e isso está gerando riscos ao produtor, que não consegue encontrar as janelas de plantio.
As consequências disso nós já falamos aqui, mas vale repetir. Vai desde o atraso no plantio da soja, quebra recorde na produção de milho, falta de água para as cadeias de proteína animal e principalmente para o consumo humano. Segundo o Dr. Paulo os institutos de meteorologia ainda não de deram conta de que estamos debaixo de uma grande seca que aflige o sul do Brasil e que este é o segundo maior evento, dos últimos 40 anos.
Em função do La Ninã os modelos indicam chuvas estacionadas no norte do país e na região do Matopiba que vão descendo pro centro-oeste, Brasil central e sudeste. Apesar dessa previsão, os acumulados, segundo o professor, não devem ser em grandes volumes, portanto abaixo a média histórica ainda.
Os monitoramentos feitos pela Escola Superior de Agricultura são realizados em 11.600 pontos de coletas espalhados pelo Brasil e esses dados estão demonstrando que a água armazenada no subsolo é muito baixa. E que o quadro ainda continuar muito crítico na região sul especialmente.
Até final de novembro, para as regiões do meio-oeste, oeste e extremo-oeste do Estado, não há previsão de chuva com volumes necessários para a agricultura. A consequência disso está sendo o atraso no plantio da soja, por exemplo, e a quebra em várias culturas de inverno que foram colhidas há pouco.
Perguntei ao professor Paulo se esse fenômeno vai ser mais frequente aqui no Estado. Ele me disse que não. São casos isolados, mas que quando ocorrem criam um impacto gigantesco na produção de alimentos.
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