Pesquisadores propõem mudanças no Zoneamento Climático para safra 2021/22
Entre as modificações sugeridas pelos pesquisadores estão o maior detalhamento no cultivo de trigo tropical
• Atualizado
Pesquisadores da Embrapa Trigo vão propor ao Ministério da Agricultura mudanças no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o cultivo de trigo na safra 2021/22. Trata-se de uma reanálise das medidas adotadas atualmente, segundo o agrometeorologista da unidade, Gilberto Cunha.
“Os ajustes serão pontuais com mudanças de dias em algumas sub-regiões. A ideia é proporcionar um melhor refinamento dos riscos de geada no espigamento da planta e de excesso de chuva no final do ciclo”, disse Cunha. O zoneamento indica o melhor período para o plantio de acordo com as características de produção, de solo e de clima de cada região.
Entre as modificações sugeridas estão o maior detalhamento no cultivo de trigo tropical, a caracterização dividida das áreas produtoras do Cerrado e a avaliação de risco de frustrações por fenômenos climáticos. Os pesquisadores indicam ajustes em relação às datas adequadas para semeadura do cereal em determinadas regiões.
Segundo Cunha, a janela de plantio nacional deve continuar no período entre 1º de março a começar por Minas Gerais e seguir até 31 de julho nos Campos de Cima da Serra (RS). As alterações foram definidas após testes experimentais feitos pela Embrapa em lavouras de trigo.
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Quanto à abrangência do Zarc, as áreas atuais devem ser mantidas. Os Estados contemplados no Zarc para o trigo de sequeiro serão Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.
Para o cultivo do cereal irrigado, o Zarc tende a abranger os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Bahia e Mato Grosso. As classes de solo contempladas no Zarc, argiloso, arenoso e de textura média, e os níveis de risco em 20%, 30% e 40% foram mantidos.
O Zarc é um instrumento para subsídio de políticas de crédito e seguro rural. Produtores precisam respeitar as datas de plantio estipuladas pelo Zarc para serem incluídos nas políticas. A proposta de reanálise foi aprovada durante a 14º Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, ocorrida no fim de julho.
Em setembro, a Embrapa vai se reunir com o setor produtivo para validação do projeto e apresentação dos resultados à cadeia tritícola, envolvendo de cooperativas a seguradoras. Após, a proposta será apresentada ao Ministério da Agricultura – responsável pela política pública do Zarc. As portarias tendem a ser publicadas 90 dias antes do início do ciclo.
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