Ana Paula Dahlke

Jornalista e editora-chefe do Economia SC.


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Empresa de SC quer no mínimo 10% do time técnico formado por mulheres até 2026

A companhia de soluções em equipamentos de movimentação contratou as primeiras 3 mulheres para o setor de mecânica, único aonde ainda não havia presença feminina

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Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

Uma nova etapa na evolução para a equidade de gêneros começou este mês na TranspoTech. A companhia de soluções em equipamentos de movimentação contratou as primeiras 3 mulheres para o setor de mecânica, único aonde ainda não havia presença feminina. Duas atuam em Joinville e uma em Blumenau.

O objetivo da empresa é que nos próximos 5 anos, pelo menos 10% do time de mecânica seja composto por mulheres.

A decisão por levar diversidade para o time técnico foi aprovada unanimemente pelo restante da equipe, de acordo com o CEO, Ricardo Oribka:

“Fizemos um processo seletivo exclusivo para mulheres e apresentamos com muita transparência a todas as candidatas quais eram os nossos desafios e também o nosso desejo de fazer dar certo, assim como o plano de carreira que, claro, é o mesmo para todos os profissionais, independentemente de gênero”.

As mecânicas recém contratadas, além de planejarem individualmente suas carreiras, também participam de uma movimentação importante no mercado de intralogística: a migração para máquinas não poluentes.

“Atualmente, 75% da nossa frota já é elétrica. Nosso objetivo é que a equipe técnica se especialize cada vez mais neste tipo de equipamento, que está conectado com o futuro que a empresa acredita”, destaca o empresário.

Conheça quem são as integrantes do time de mecânica da empresa


Em Blumenau, a equipe ganhou o reforço de Milena Cardoso. Apaixonada por carros desde a infância, ela adiou os estudos no setor por conta da falta de aceitação da família.

Quando conquistou autonomia financeira, concluiu duas capacitações no Senai.

Ainda assim, trabalhava em um escritório de advocacia, porque não conseguia espaço no mercado automotivo.

Aos 23 anos, ela se candidatou imediatamente quando soube do processo seletivo da TranspoTech.

“Quando a empresa me chamou, eu estava decidida: iria, qualquer que fosse a proposta. Não tinha o que pensar”, conta. “Fui muito bem recebida por todos os setores. Estou realizando o sonho de trabalhar com o que eu sempre quis e espero que isso inspire outras mulheres a também se profissionalizem e virem pra cá, se isso é o que elas desejam”, afirma. 

Anne Caroline de Souza e Marília Valvano são as duas mecânicas que atuam na unidade em Joinville. Desde criança, Anne brincava na oficina de bicicletas do pai, entre ferramentas. Iniciou a vida profissional lá, mas quando teve que escolher uma faculdade, optou por Educação Física. Atuou dois anos na área e a saudade da manutenção a fez voltar para o negócio da família.

“Eu queria tomar as rédeas da minha carreira. Não pensei duas vezes. Pesquisei sobre a empresa já tendo em mente que, só por abrir um processo seletivo nessa área, dedicado às mulheres, havia algo de diferente ali. Estar aqui já mudou a minha vida. Estou começando a trilhar a minha carreira, a partir dos meus passos. Nestes primeiros dias, o que mais sinto é que a empresa confia na minha decisão de estar onde eu quero estar e me dá autonomia para isso. É muito bom saber que posso ser eu, a Anne. E que tem lugar para que eu cresça profissionalmente aqui”, destaca. 

Marília tem 19 anos e acaba de concluir o curso em Mecânica no Instituto Federal Catarinense (IFSC). Mesmo com a pouca idade, ela sentiu na pele, em dois estágios, o preconceito com as mulheres no setor de manutenção.

“Isso acontecia principalmente com piadinhas. Chegaram a me perguntar se eu sabia o que era uma chave Phillips, sabe?”, lembra.

Buscar um ambiente onde não passaria por isso e pudesse crescer se tornou um objetivo para ela. E foi isso que encontrou na TranspoTech.

“Desde que vi a iniciativa e o cartaz com uma imagem remetendo ao feminismo, senti que seria diferente. No primeiro dia, tive uma conversa muito honesta com meu supervisor sobre poder ser eu mesma e expressar caso qualquer coisa me incomodasse, o mesmo aconteceu com todos os meus colegas. Sinto que estou segura e que posso me desenvolver profissionalmente. É aqui que eu pretendo ficar por muitos anos”, conta.

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