Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Estatística lastimável

A corrupção em SC é medida em número de presos: 24 prefeitos em um ano e meio

A administração pública nas cidades está sob o olhar crítico da sociedade

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Divulgação/Gaeco
Divulgação/Gaeco

O orgulho do catarinense em viver no Estado com melhores indicadores econômicos do país, com maior número de alfabetizados e de menor violência esbarra na triste estatística provocada por cinco grandes operações, que, desde 8 de dezembro de 2022, prenderam 24 prefeitos, dois vices e um vereador em ações do Gaeco, que investiga o crime organizado, e o Geac, de combate à corrupção, forças-tarefas lideradas pelo Ministério Público Estadual que congregam ainda a Polícia Civil, Polícia Militar e até a Polícia Rodoviária Federal.

As operações Mensageiro, Limpeza Urbana, Travessia, Terra Nostra e Fundraising (captação de recursos, em tradução livre), desenvolvidas no período de um ano e seis meses, escancararam o maior esquema de corrupção municipal da história do Estado em um único mandato, que envolve também um grande número de empresários, ex-políticos, servidores e assessores públicos.

A prisão de Clori Peroza (PT), prefeita de Ipuaçu; Marcelo Baldissera (PL), prefeito de Ipira; Mário Afonso Woitexem (PSDB), prefeito de Pinhalzinho, e de Fernando de Fáveri (MDB), prefeito de Cocal do Sul, nesta quarta-feira (19), na segunda fase da Operação Fundraising, que investiga captação fraudulenta de recursos por consultorias e também licitações suspeitas, diz muito em relação ao fato de que os mandatários catarinenses não aprenderam as lições com as detenções anteriores.

Investigações apuram corrupção em SC

Gaeco e Geac contam com o serviços de inteligência e informações de órgãos de controle, que incluem Tribunal de Contas do Estado e da União, Receita Federal e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), instituições que estão vigilantes e atentos a movimentos ilegais.

Aos prefeitos detidos agora, juntam-se Ari Wollinger, o Ari Bagúio (PL), de Ponte Alta, detido na Operação Limpeza Urbana (desdobramento da Mensageiro); Gustavo Cancelier (expulso do PP), de Urussanga, na Terra Nostra; e Douglas Elias Costa (PL), de Barra Velha, na Travessia. Mas a prova contundente de que os mandatários ignoraram avisos e boas práticas está explícita na Operação Mensageiro, de longe o maior escândalo, responsável por evidenciar que, nestes esquemas de corrupção e de envolvimento com organizações criminosas, é de que pouco importa a sigla partidária, tampouco a ideologia, para usurpar os cofres públicos.

Desde dezembro de 2022, já foram presos mandatários e vices de PP, MDB, PL, União Brasil, PSD, Republicanos, Podemos, Patriota (que, após fusão com o PTB, passou a se denominar PRD) e PT. O eleitor tem uma importante missão diante deste quadro escabroso, punir com a perda de mandato àqueles que não foram cassados ou tiveram seus mandatos extintos pelas câmaras de vereadores, e tentam a reeleição. A sangria de envolvidos em atos ilícitos, infelizmente, parece não ter fim.

Veja como está a situação política de cada prefeito e vice presos na Mensageiro:

PrefeitoMunicípioPartidoSituação
Luiz Henrique SalibaPapanduvaPPMandato extinto
Deyvison SouzaPescaria BravaMDBRenunciou
Vicente Corrêa CostaCapivari de BaixoPLRenunciou
Marlon NeuberItapoáPLRenunciou
Joares PonticelliTubarãoPPRenunciou
Caio Tokarski (vice-prefeito)TubarãoUnião BrasilRenunciou
Antônio CeronLagesPSD
Antônio RodriguesBalneário Barra do SulPPMandato extinto
Luiz Carlos TamaniniCorupáMDBRenunciou
Luiz Divonsir ShimoguiriTrês BarrasPSDRenunciou
Luis Antonio ChiodiniGuaramirimPPRenunciou
Adriano PoffoIbiramaMDB
Patrick CorrêaImaruíRepublicanos
Sesar TassiMassarandubaMDBRenunciou
Adilson LisczkovskiMajor VieiraPatriotaMandato extinto
Alfredo Cezar DreherBela Vista do ToldoPodemosRenunciou
Felipe VoigtSchroederMDBRenunciou
Clezio FortunatoSão João do ItaperiúMDBPrisão preventiva
Jaime Antônio de Souza (vice-prefeito)São João do ItaperiúPLPrisão preventiva
Fontes: TRE, Gaeco e Geac

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