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Cidade tem eleições sem candidatos por motivo curioso; veja qual!

A cidade vai eleger um prefeito à revelia.

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Redação

Por Redação

Foto: Nicolas Armer/dpa/picture alliance
Foto: Nicolas Armer/dpa/picture alliance

A pequena cidade alemã de Hirschberg, na Turíngia, com pouco mais de 2 mil habitantes, enfrenta um desafio incomum: não há candidatos para o cargo de prefeito. O motivo? O salário do cargo é considerado baixo demais.

A cidade Hirschberg, cidade no estado alemão da Turíngia com pouco mais de 2 mil habitantes, teve eleições sem candidatos neste ano porque o salário do prefeito é muito baixo. Esse motivo foi dado por Rüdiger Wohl (sem partido), que cansou de administrar o município após quase 41 anos.

Segundo o portal DW, Rüdiger Wohl, atual prefeito sem partido, a falta de interesse pelo cargo se deve a remuneração. Wohl, que está no cargo há quase 41 anos, decidiu se aposentar aos 66 anos. Em seus planos, estão aproveitar o tempo livre para ficar com a família, andar de bicicleta e cuidar do jardim.

Por que ninguém quer ser prefeito?

DW informou que Hirschberg tem uma mansão barroca no topo de uma colina, um jardim de infância, uma escola regular e uma piscina pública. A cidade vive do engajamento voluntário de seus moradores – são eles que se organizam em brigadas de incêndio e resgate, associações esportivas e de festividades, como o Carnaval, e também na administração da cidade.

Como prefeito honorário, Wohl detém o cargo voluntário mais alto da cidade e comanda uma equipe de quase 20 pessoas. Pelo trabalho, recebe em valores brutos exatos 1.623 euros (R$ 9.282), ou menos de um salário mínimo na Alemanha, a título de compensação. Descontados os impostos e as contribuições sociais, não sobra muito dinheiro.

É por isso que, segundo Wohl, ninguém quer assumir a dianteira dos assuntos de Hirschberg: o trabalho e a responsabilidade são os mesmos de um prefeito em tempo integral, mas a remuneração, não. E ele diz ser praticamente impossível exercer a atividade em paralelo a qualquer profissão. “Prefeito é algo que se é nas 24 horas do dia, nos 365 dias do ano – tanto faz se há um incêndio ou enchente em pleno Natal”, afirma em entrevista à emissora pública MDR.

Wohl foi eleito vice-prefeito em 1983, quando Hirschberg ainda pertencia à antiga República Democrática Alemã (RDA). Depois da reunificação, tornou-se prefeito, posição que exerceu em tempo integral até virar prefeito honorário, em 2012 – um cargo com remuneração de valor simbólico. Isso porque, no estado da Turíngia, apenas cidades com mais de 3 mil habitantes podem decidir pela criação de um cargo de prefeito em tempo integral, com melhor remuneração.

Eleições sem candidatos: elege-se alguém à revelia

Ainda conforme o portal DW, na falta de um candidato voluntário, e diante da cédula em branco, os eleitores de Hirschberg ficaram então livres para escolher qualquer pessoa que quisessem – um candidato eleito à revelia.

Foi assim que dois nomes de pessoas que não se candidataram acabaram disputando um segundo turno no último domingo (09/06) – Wohl, que governou todos esses anos sem a concorrência de um candidato sequer, por pouco não foi um deles.

No páreo estavam Ronald Schricker – diretor da associação de judô, engajado em um museu local e funcionário do município encarregado, entre outras coisas, de assuntos culturais – e Benjamin Lill – vereador honorário e prefeito honorário substituto de Hirschberg.

No final, Schricker acabou recendo 82,8% dos votos no segundo turno, contra 17,2% de Lill.

A posse do eleito a contragosto, porém, não é obrigatória. O vencedor agora tem uma semana para pensar se quer mesmo assumir a prefeitura de Hirschberg.

Se Schricker aceitar de fato o cargo, ele terá que desistir do trabalho na cultura municipal, pelo qual recebe um salário, já que a acumulação de cargos não é permitida.

Caso ele não se disponha a assumir a Prefeitura, caberá à nova Câmara de Vereadores (honorários) eleger um prefeito honorário interino e convocar novas eleições em até três meses. Caso ninguém se candidate mais uma vez, os eleitores poderão de novo indicar livremente qualquer pessoa ao cargo. E o ciclo arrisca a se repetir ad infinitum – algo que seria ruim para a cidade.

Uma eventual solução seria incorporar Hirschberg a uma outra cidade vizinha – algo distante, por enquanto, já que não há consenso entre as municipalidades para tal fusão. “A independência política é importante para as pessoas”, explica Wohl.

*Com informações de DW.

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